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Alvo de racismo na França, homem pede prisão de torcedores

Souleymane foi alvo das lamentáveis cenas de racismo de torcedores do Chelsea no metrô de Paris

Vídeo do jornal britânico The Guardian mostra passageiro negro sendo expulso por torcedores do Chelsea no metrô de Paris  (AFP)

Vídeo do jornal britânico The Guardian mostra passageiro negro sendo expulso por torcedores do Chelsea no metrô de Paris (AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 10h22.

Paris - Souleymane é o nome do homem que foi alvo das lamentáveis cenas de racismo de torcedores do Chelsea no metrô de Paris pouco depois do duelo diante do Paris Saint-Germain, terça-feira, pela Liga dos Campeões. As imagens gravadas por um celular e que rodaram o mundo ainda estão bem vivas na mente do francês de 33 anos.

Em entrevista ao jornal francês Le Parisien, Souleymane revelou que perdeu o celular durante a confusão com os torcedores do Chelsea e que só descobriu que a cena havia sido filmada na noite da última quarta.

Por não falar bem inglês, o homem admitiu que não havia entendido muito bem os gritos dos ingleses, que em pleno metrô impediram a entrada de Souleymane no vagão com empurrões, enquanto entoavam orgulhosos: "Somos racistas, somos racistas, e assim gostamos de ser".

"Estavam me dizendo coisas em inglês e, na realidade, não entendia o significado das palavras. Entendi que tinha a ver com torcedores do Chelsea e relacionei com a partida do PSG, que jogava naquela noite. Também ficou claro que estavam me assediando pela cor da minha pele" disse o francês.

"Estas pessoas, estes torcedores ingleses, têm que ser encontrados, punidos e encarcerados."

As imagens geraram revolta ao redor do mundo e as autoridades de Londres prometeram analisar as imagens para tentar identificar os envolvidos e definir a punição. O Chelsea também se manifestou, criticou a atitude destes torcedores e também prometeu puni-los, impedindo-os de entrar no Stamford Bridge.

O próprio Souleymane disse que esperava conseguir fazer uma denúncia formal nesta quinta, mas admitiu que o trauma não será esquecido tão cedo. "Nem ao menos uma pessoa saiu em minha defesa, mas, em todo caso, que poderiam ter feito? Fui para minha casa sem falar disso com ninguém, nem com minha esposa nem com meus filhos. Que iria dizer aos meus filhos? Que empurram o papai deles porque é negro?!", indagou.

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