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Alpinistas resgatados após terremoto na Indonésia narram sua angústia

"Senti que a terra se movia e disse para mim 'o que está acontecendo?'. Saí da cama e vi um deslizamento de terra que arrastava pedras", disse uma turista

Alpinistas: descida começou nesta segunda, depois que os guias encontraram um caminho alternativo que não foi afetado pelos deslizamentos de terra (Antara Foto/Ahmad Subaidi/Reuters)

Alpinistas: descida começou nesta segunda, depois que os guias encontraram um caminho alternativo que não foi afetado pelos deslizamentos de terra (Antara Foto/Ahmad Subaidi/Reuters)

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AFP

Publicado em 31 de julho de 2018 às 09h46.

Última atualização em 31 de julho de 2018 às 09h48.

Mais de 500 alpinistas - estrangeiros em sua maioria - e seus guias foram retirados de um vulcão indonésio onde haviam ficado presos em consequência de um violento sismo na ilha de Lombok.

Nesta terça, alguns contaram ter vivido momentos de grande angústia.

O terremoto de magnitude 6,4 de domingo de manhã e a sequência de tremores provocaram o desabamento de toneladas de pedras e lama, bloqueando os turistas nos caminhos do monte Rinjani, um vulcão com 3.726 metros de altitude que atrai muitos turistas.

Cerca de 800 alpinistas estavam na montanha no momento do sismo e 560 deles se encontravam bloqueados no domingo à noite. Entre os turistas, havia americanos, alemães, espanhóis, franceses, holandeses e tailandeses, segundo as autoridades.

Ao todo, "543 alpinistas foram retirados, chegaram ontem à noite" e "todos estão bem", disse à AFP o porta-voz da Agência Nacional de Emergências, Sutopo Purwo Nugroho, acrescentando que ainda há seis pessoas na montanha.

O sismo deixou pelo menos 16 mortos, entre eles um montanhista indonésio, e mais de 220 feridos. Centenas de casas ficaram destruídas, e houve momentos de pânico quando os turistas saíram dos hotéis.

A maioria dos alpinistas desceu do vulcão a pé, mas, segundo as autoridades, ao menos três chegaram de helicóptero a Sembulun, um povoado na base do monte Rinjani.

Uma turista tailandesa contou, nesta terça, que estava dormindo quando o terremoto começou, e ela então acordou.

"Senti que a terra se movia e disse para mim mesma 'o que está acontecendo?'. Saí da cama e vi cair um deslizamento de terra que arrastava pedras", descreveu.

Um amigo dessa alpinista, também tailandês, relatou sua angústia: "toda montanha, as pedras caíam. Tive medo".

Cansados, mas ilesos

A descida dos alpinistas começou nesta segunda, depois que os guias encontraram um caminho alternativo que não foi afetado pelos deslizamentos de terra.

A maioria dos excursionistas chegou ao pé da montanha na segunda à noite, disse I Gusti Lanang Wiswananda, porta-voz dos serviços de busca e resgate de Mataram, a principal cidade da ilha de Lombok.

"Todos estavam cansados, mas em bom estado de saúde e foram examinados por nossas equipes médicas no local, ao chegarem", disse à AFP.

O funcionário afirmou que uma equipe de 30 socorristas acompanhava os seis excursionistas que ainda estavam no monte, do lago Segara Anak, perto do cume, até o pé da montanha.

Centenas de outros alpinistas haviam conseguido descer a montanha por seus próprios meios no domingo.

Por causa do terremoto, 5.141 pessoas estão alojadas em abrigos temporários e precisam de água potável, de acordo com números oficiais.

O presidente indonésio, Jokowi Widodo, que ontem fez uma rápida visita às áreas afetadas, prometeu uma ajuda financeira aos moradores locais que perderam suas casas na catástrofe.

Arquipélago de 17.000 ilhas e ilhotas, a Indonésia se situa no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, uma zona de forte atividade sísmica. Embora o país registre vários sismos, a maioria não é perigosa.

Em 2004, um tsunami provocado por um terremoto de magnitude 9,3 frente à costa de Sumatra, no oeste da Indonésia, deixou 220.000 mortos em vários países do oceano Índico, 168.000 deles na Indonésia.

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