Muammar Kadafi, líder da Líbia: diplomatas esperam que mudança política chegue ao país (Mark Renders/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 15h37.
Berlim - O Governo alemão ameaçou nesta terça-feira o regime líbio com sanções, se este não interromper imediatamente a violência contra a população civil, que iniciou uma onda de protestos na semana passada exigindo reformas democráticas no país.
"Exigimos ao Governo líbio que detenha imediatamente a violência contra os cidadãos de seu próprio país. Se a Líbia seguir exercendo a violência contra seu próprio povo, as sanções serão inevitáveis", advertiu o ministro de Assuntos Exteriores alemão, Guido Westerwelle, em uma declaração pública.
O chefe da diplomacia alemã qualificou como inaceitável que os manifestantes sejam "brutalmente" reprimidos e, inclusive, que pessoas morram por defender suas "legítimas reivindicações".
Westerwelle ressaltou que o embaixador líbio em Berlim foi chamado na segunda-feira ao Ministério de Assuntos Exteriores para expressar ao Executivo de Muammar Kadafi a postura alemã.
Além disso, o ministro afirmou que a única forma de voltar à estabilidade na Líbia passa por avançar pelo "caminho da democracia".
"Em consequência, a mudança política deve chegar à Líbia agora. O que é válido para Tunísia e Egito, também é válido para a Líbia", disse.
A chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou na segunda-feira sua condenação à situação na Líbia e exigiu ao Governo de Trípoli o fim imediato da violência.
Além disso, o Ministério de Assuntos Exteriores recomendou a seus cidadãos que não viajem para o país norte-africano e aos quase 500 alemães que moram lá a deixarem o país de forma preventiva.
Por sua vez, várias empresas alemãs - como o consórcio químico Basf, a energética RWE, o gigante tecnológico Siemens e o grupo de serviços Bilfinger Berger - anunciaram na segunda-feira a retirada total de seus funcionários estrangeiros na Líbia.