Os soldados sírios e os combatentes pró-regime sorriem vendo como as crianças brincam em frente a um canhão que, pela manhã, dispara salvas na localidade de Sadad, no combate contra os extremistas do Estado Islâmico (EI).
As crianças se revezam para subir no pneu de um caminhão, indiferentes à dezena de cartuchos de obuses abandonados aos seus pés e ao clima de tensão reinante neste povoado, que, segundo seus habitantes, é mencionado com o nome de Tsedad no Livro dos Reis do Antigo Testamento.
"Cerca de 60% de seus 12.000 habitantes, em particular as mulheres e as crianças, foram a outros povoados cristãos da região, como Fayruza e Yazdal", explicou o prefeito Suleiman Khalil, enquanto passa as contas do terço.
"Outras famílias preferiram ir para Damasco. Os homens ficaram para defender o povoado", prosseguiu.
A localidade, a 18 km de Homs, no centro da Síria, foi um campo de batalha em outubro de 2013, ao mudar de mão várias vezes entre rebeldes e forças do regime, que se impuseram. Centenas de civis morreram durante esses combates.
"Temos medo das matanças, mas também temo por nossas igrejas porque o EI já explodiu monumentos religiosos onde entraram, como em Raqqa", lembra um morador.
O povoado, formado por uma maioria por siríacos ortodoxos, se encontra a dez quilômetros das posições do EI.
Conta com uma dúzia de igrejas, algumas delas bem antigas, que sofreram poucos danos.
Além das múltiplas atrocidades contra a população, o EI destruiu uma quantidade de tesouros culturais pré-islâmicos e lugares de culto cristãos e muçulmanos considerados idólatras ou heréticos pelos jihadistas.
Temor de matanças
"Estamos ameaçados pelo Daesh (acrônimo do EI em árabe) devido à nossa religião", admite Hassan, vendedor de verduras de 22 anos convetido em combatente.
"Ameaçam todo mundo. Ficamos para defender o povoado e para impedir que se repitam as tragédias e as matanças ocorridas em outros povoados cristãos", acrescenta.
No dia 1º de novembro, os extremistas do EI se apoderaram do povoado vizinho de Mahin, de onde dispararam dezenas de tiros contra Sadad, matando civis e combatentes.
As ruas estão praticamente vazias. Não se vê nada além de veículos das "forças de Sotoro (proteção na língua siríaca)" patrulhadas pelo povo.
Cerca de 250 combatentes Sotoro originários de Hasaké (nordeste da Síria) defendem bairros e localidades cristãs. Eles ocupam Sadad, junto com os moradores do povoado e as "Águias da tempestade", braço armado do Partido Social Nacionalista Sírio (PSNS, pró-regime).
Seis "águias" morreram há três semanas quando um suicida do EI explodiu um carro a 3 km de Sadad.
"Viemos aqui para estar ao lado do exército regular (do regime) e ajudá-lo em sua luta contra o Daesh. Estamos aqui para defender todos os sírios e nossos irmãos cristãos em particular", afirma Badia Hasan, de 26 anos, um combatente dos Sotoro.
Segundo ele, os extremistas "cometerão matanças" se entrarem na cidade.
As forças do regime estão a postos nos arredores do povoado e, segundo fontes locais, também haveria posições russas.
Os militares russos estão presentes sobretudo em um aeroporto situado entre Mahin e Sadad. Uma fonte militar disse que se trata de "conselheiros" que ajudam as forças leais a Assad em sua ofensiva para reconquistar Mahin.
"Assessores russos foram vistos no povoado (de Sadad) e algumas pessoas inclusive os fotografaram", diz um morador.
- 1. Violência e sofrimento
1 /27(Reuters)
São Paulo – Em 2014, o mundo perdeu 32.658 mil vidas em decorrência do
terrorismo , um crescimento de 80% em relação ao que foi observado em 2013 e o maior nível já registrado. Mas embora o terrorismo esteja deixando o seu rastro de violência, no âmbito global, ele ainda
mata 13 vezes menos que o
homicídio . As constatações são do
Global Terrorism Index 2015 (GTI), estudo anual do Instituto de Economia e Paz, organização que avalia os impactos econômicos da violência, divulgado nesta terça-feira, dias depois dos
ataques do Estado Islâmico (
EI ) em
Paris , França. A pesquisa revelou que é o EI,
que atua principalmente na Síria e no Iraque, e o
Boko Haram , cujas atividades
concentram-se na Nigéria, os responsáveis por 51% dessas mortes. A maioria dos casos (78%) aconteceu em cinco países (Afeganistão, Iraque, Nigéria, Paquistão e Síria). O GTI nota, contudo, que o terrorismo está se espalhado pelo mundo. Em 2013, atividades foram registradas em 59 países. Em 2014, esse número subiu para 67, incluindo Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá e França. A edição 2015 do estudo investigou os padrões de atividades terroristas em 162 países a partir do total de incidentes registrados em 2014, o número de mortes, o número de feridos e os danos patrimoniais decorrentes dos atos. Com base nisso, classificou os países de acordo com os impactos do terror. Quanto mais próxima de dez for a pontuação, mais afetado é o local. Confira nas imagens quais são os 25 mais impactados.
2. Iraque 2 /27(Getty Images)
Classificação geral | Pontuação |
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1º | 10 |
3. Afeganistão 3 /27(REUTERS/Medecins Sans Frontieres/Handout)
Classificação geral | Pontuação |
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2º | 9,233 |
4. Nigéria 4 /27(Afp.com / Pius Utomi Ekpei)
Classificação geral | Pontuação |
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3º | 9,213 |
5. Paquistão 5 /27(Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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4º | 9,065 |
6. Síria 6 /27(Bassam Khabieh / Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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5º | 8,108 |
7. Índia 7 /27(Reuters/STRINGER/INDIA)
Classificação geral | Pontuação |
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6º | 7,747 |
8. Iêmen 8 /27(REUTERS/Khaled Abdullah)
Classificação geral | Pontuação |
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7º | 7,642 |
9. Somália 9 /27(Omar Faruk/Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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8º | 7,6 |
10. Líbia 10 /27(Esam Omran Al-Fetori/Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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9º | 7,29 |
11. Tailândia 11 /27(REUTERS/Athit Perawongmetha)
Classificação geral | Pontuação |
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10º | 7,729 |
12. Filipinas 12 /27(Erik De Castro/Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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11º | 7,27 |
13. Ucrânia 13 /27(Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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12º | 7,2 |
14. Egito 14 /27(AFP)
Classificação geral | Pontuação |
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13º | 6,813 |
15. República Centro-Africana 15 /27(Ivan Lieman/AFP/Getty Images)
Classificação geral | Pontuação |
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14º | 6,721 |
16. Sudão do Sul 16 /27(REUTERS/Goran Tomasevic)
Classificação geral | Pontuação |
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15º | 6,712 |
17. Sudão 17 /27(EBRAHIM HAMID/AFP/Getty Images)
Classificação geral | Pontuação |
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16º | 6,686 |
18. Colômbia 18 /27(Pedro Ugarte/AFP)
Classificação geral | Pontuação |
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17º | 6,662 |
19. Quênia 19 /27(Getty Images)
Classificação geral | Pontuação |
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18º | 6,66 |
20. República Democrática do Congo 20 /27(Luc Gnago/Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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19º | 6,487 |
21. Camarões 21 /27(Ali Kaya/AFP)
Classificação geral | Pontuação |
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20º | 6,466 |
22. Líbano 22 /27(Khalil Hassan/ Reuters)
Classificação geral | Pontuação |
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21º | 6,376 |
23. China 23 /27(Goh Chai Hin/AFP)
Classificação geral | Pontuação |
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22º | 6,294 |
24. Rússia 24 /27(AFP)
Classificação geral | Pontuação |
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23º | 6,207 |
25. Israel 25 /27(REUTERS/Ammar Awad)
Classificação geral | Pontuação |
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24º | 6,034 |
26. Bangladesh 26 /27(REUTERS/Stringer)
Classificação geral | Pontuação |
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25º | 5,921 |
27. Agora veja as homenagens às vítimas do ataque em Paris 27 /27(Reuters)