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Ainda dá tempo de Kanye West concorrer às eleições americanas de 2020?

A quatro meses do pleito eleitoral, o bilionário pode não conseguir cumprir prazos para viabilizar uma candidatura independente para concorrer contra Trump

Kanye West: Essa não é a primeira vez que West menciona concorrer para a presidência (Prince Williams/Getty Images)

Kanye West: Essa não é a primeira vez que West menciona concorrer para a presidência (Prince Williams/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 5 de julho de 2020 às 13h47.

Última atualização em 5 de julho de 2020 às 13h57.

O bilionário rapper e produtor Kanye West anunciou na noite deste sábado, 4, que vai concorrer à presidência dos Estados Unidos em 2020, em oposição ao atual chefe de estado, Donald Trump. A quatro meses do pleito eleitoral, no entanto, pode ser tarde demais para o artista conseguir emplacar uma campanha independente.

Informações da Business Insider mostram que West já perdeu o prazo para se registrar como candidato em seis estados americanos: Carolina do Norte, Texas, Nova Tork, Maine, Novo México e Indiana. 

Na maioria dos estados, ainda dá tempo do artista aparecer nas urnas, mas Colorado, Flórida, Michigan, Missouri, Oklahoma, Carolina do Sul e Virgínia Ocidental já se aproximam da data limite para o registro.

O site Ballotepedia, que reúne informações sobre a política americana, informa os procedimentos para um candidato independente concorrer no pleito americano:

"De um modo geral, um candidato presidencial independente deve solicitar seu nome na cédula de eleição geral de cada um dos 50 estados, bem como em Washington, DC. Um punhado de estados pode permitir que um candidato independente pague uma taxa de depósito em vez de enviar uma petição com assinaturas, mas não são todos".

Além dos prazos apertados, há ainda o desafio de um candidato conseguir se eleger sem vínculo com os partidos Democrata e Republicano, os mais tradicionais e que alternam o cargo de presidente há décadas.

Segundo levantamento do Washington Post, com frequência estados optam por contabilizar os votos individuais de todos os candidatos independentes inscritos como um só, na categoria "outros".

West também não está inscrito na Comissão Eleitoral Federal. Não há um prazo limite para esse registro, mas ele é obrigatório a todos que desejam concorrer nas eleições americanas.

Veículos de imprensa americanos sugerem que, mesmo que o bilionário não consiga concorrer ao pleito deste ano, marcado para novembro, ele deve obter grande influencia para o resultado da disputa eleitoral entre Donald Trump e Joe Biden.

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Neste sábado, 4, o artista usou o Twitter para anunciar a empreitada. E escolheu uma data para lá de simbólica: o 4 de Julho, feriado da independência do país.

“Devemos agora realizar a promessa de uma América crente em Deus, unificando nossa visão e construindo nosso futuro. Vou concorrer a presidente dos Estados Unidos. #VISÃO2020”.

A candidatura foi rapidamente compartilhada por pesos pesados como a esposa de West, a celebridade digital Kim Kardashian, e o empresário Elon Musk, dono da montadora Tesla.

Essa não é a primeira vez que West menciona concorrer para a presidência. Em novembro, ele chegou a dizer durante um evento “quando eu concorrer para a presidência em 2024”.

Antes, em 2015, ele disse durante um evento da MTV que pretendia concluir para a presidência em 2015. A revista New Yorker republicou ontem em suas redes sociais uma premonitória capa de 2015 que mencionava uma disputa entre Trump e West. Logo, a dúvida sobre se agora é para valer está no ar.

O artista também já apoiou a candidatura de Donald Trump, mas nas últimas semanas, ele vem apoiando publicamente e já participou de protestos contra a violência policial contra negros. O bilionário também doou 2 milhões de dólares para as famílias de vítimas como George Floyd.

No início desta semana, o artista lançou “Wash Us in the Blood“, em parceria com Travis Scott. O clipe contém diversos trechos de registros reais da violência policial contra a população negra dos EUA.

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