Mundo

Ai Weiwei pactuou libertação em troca de silêncio durante 1 ano

O artista mais crítico ao regime chinês não poderá conceder entrevistas nem publicar suas opiniões na internet

 Ai Weiwei tem mais de 70 mil seguidores no Twitter (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Ai Weiwei tem mais de 70 mil seguidores no Twitter (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2011 às 13h57.

Pequim- O artista e dissidente Ai Weiwei, a voz mais crítica ao regime chinês, não poderá conceder entrevistas nem publicar suas opiniões na internet durante um ano, segundo um pacto estabelecido com as autoridades para que pudesse ser libertado na última quarta-feira, após ficar preso por 80 dias.

"Se não aceitasse essas condições, teria sido impossível conseguir a liberdade", afirmou nesta sexta-feira à Agência Efe, por telefone, Gao Ying, mãe do artista e viúva do poeta Ai Qing, um dos mais venerados durante o regime maoísta e vítima das perseguições da Revolução Cultural.

As condições pactuadas por Ai são extrajudiciais, uma vez que sua situação desde quarta-feira - liberdade sob fiança à espera de julgamento - proíbe o artista de sair de Pequim ou da China sem autorização, destruir documentos relacionados ao seu caso ou influir nas declarações de outras testemunhas durante um ano.

O dissidente deverá manter silêncio devido ao acordo com as autoridades, já que a lei por si só não diz nada sobre conceder entrevistas ou se abster de publicar opiniões na internet, uma das principais plataformas de Ai, cuja conta no Twitter conta com mais de 70 mil seguidores.

"Dizem que Ai trocou uma prisão pequena por outra maior, mas eu acho que é um grande passo, pelo menos pode estar conosco, com sua família", concluiu Gao, de 78 anos.

Acompanhe tudo sobre:ArteArtes visuaisÁsiaChinaInternetPrisões

Mais de Mundo

Eleição no Uruguai: disputa pela Presidência neste domingo deverá ser decidida voto a voto

Eleições no Uruguai: candidato do atual presidente disputa com escolhido de Mujica

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda