O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em seu gabinete em Teerã (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2012 às 22h05.
Teerã - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou neste domingo sua viagem de cinco dias pela América Latina, onde visitará Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador, informa a agência de notícias oficial 'Irna'.
Nesta viagem, que começará por Caracas, Ahmadinejad estará acompanhado pelos ministros Ali Akbar Salehi (Relações Exteriores), Mehdi Gazanfari (Comércio, Indústria e Minas), Majid Namjoo (Energia) e Seyed Shamsedin Hosseini (Economia).
O objetivo da viagem é fortalecer as relações internacionais do Irã com a América Latina e desenvolver a cooperação nos âmbitos políticos e econômicos com os quatro países de destino.
Antes de iniciar sua viagem, Ahmadinejad anunciou no aeroporto Mehrabad que as relações entre Irã e América Latina 'são muito boas e estão em vias de desenvolvimento'.
'A cultura dos povos dessa região e suas reivindicações históricas são parecidas às do povo iraniano', declarou o líder à agência 'Irna'.
'O povo da América Latina teve um pensamento anticolonial e agora se levantou e resiste frente aos excessos do regime de opressão', afirmou o presidente iraniano, numa clara referência aos Estados Unidos.
'O regime de dominação considerava a América Latina seu quintal e achava que podia fazer o que quisesse, mas hoje os povos se despertaram e atuam de forma independente', acrescentou.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou à imprensa na sexta-feira passada a visita de Ahmadinejad, apesar das tensões internacionais no Estreito de Ormuz após as manobras militares do Irã e a presença de navios americanos na região.
Ahmadinejad pretendia visitar a Venezuela em setembro passado, mas adiou a viagem devido aos problemas de saúde de Chávez. A oposição venezuelana critica a visita e adverte que ela representa o envolvimento de Caracas nas tensões do Golfo Pérsico.
Os Estados Unidos consideram a viagem latino-americana de Ahmadinejad como a busca 'desesperada' de apoio de um regime 'isolado'. Ao transmitir essa mensagem à região, Washington alertou ainda sobre os riscos financeiros de negociar com o Irã, alvo de sanções internacionais.
O governo Barack Obama se encarregou de informar à América Latina sobre a nova lei de despesas de Defesa que o presidente assinou em 31 de dezembro e que, pela primeira vez, contempla sanções contra qualquer instituição estrangeira que comercializar com o banco central do Irã.
O governo do Equador fez um apelo na sexta-feira passada ao diálogo para solucionar os atritos entre Washington e Teerã devido à passagem da frota americana pelo Estreito de Ormuz. EFE