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Ahmadinejad descarta negociações em caso de sanções

Presidente iraniano afirma que não vai repetir acordos como o que foi feito com a Turquia e o Brasil

Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã: "se tentarem falar conosco de maneira brutal, já conhecem nossa resposta" (Bulent Kilic/AFP)
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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2010 às 09h48.

Istambul - O Irã se negará a iniciar novas discussões sobre seu programa nuclear se sofrer sanções por parte da ONU, afirmou nesta terça-feira, em Istambul, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, advertindo que um acordo como o alcançado com a Turquia e o Brasil sobre uma troca de urânio é algo que não se repetirá.

"Já disse que a administração americana e seus aliados se equivocam se acham que podem esgrimir a ameaça de uma resolução e depois sentar à mesa para negociar conosco. Isso não vai acontecer", sentenciou durante coletiva de imprensa.

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Ahmadinejad pediu às potências ocidentais que aceitem o acordo elaborado entre o Irã, a Turquia e o Brasil sobre uma troca de combustível nuclear em território turco, afirmando que se trata de uma oportunidade única.

"Este acordo é uma oportunidade para o governo americano e seus aliados. Espero que a utilizem bem. As oportunidades não se repetirão", enfatizou.

"Discutiremos com todos", disse ainda, exigindo "respeito e justiça".

"Se tentarem falar conosco de maneira brutal, com um tom de dominação, já conhecem nossa resposta".

O presidente iraniano se encontra em Istambul para assistir a um foro regional de segurança na Ásia, no qual também participa, entre outros, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin, que assegurou que a comunidade internacional já praticamente chegou a um acordo sobre as novas sanções contra o Irã.


O Conselho de Segurança da ONU tem previsto se reunir nesta terça para discutir um projeto de resolução com novas sanções contra o Irã, cujos patrocinadores, começando pelos Estados Unidos, esperam obter a aprovação esta semana.

"Trabalhamos muito e acreditamos que praticamente se chegou a um acordo", afirmou Putin em uma coletiva de imprensa realizada junto a seu colega turco Recep Tayyip Erdogan, à margem de uma cúpula.

"Nosso ponto de vista é que essas decisões não devem ser excessivas e não devem colocar o povo iraniano numa posição difícil, que poderia obstruir o caminho para um uso pacífico da energia nuclear", acrescentou o chefe de Governo russo citado pela agência russa Itar-Tass.

As potências ocidentais suspeitam que o Irã quer dotar-se de armas atômicas usando como desculpa o programa nuclear civil, o que Teerã nega.

Brasil e Turquia, membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, se opõem a novas sanções contra Teerã e concluíram em meados de maio um acordo com o Irã prevendo uma troca, em Ancara, de urânio iraniano pouco enriquecido por combustível nuclear enriquecido a 20%, proporcionado pelos ocidentais para um reator de pesquisa científica em Teerã.

Essa proposta foi recebida com desconfiança pelas grandes potências, que a consideram uma manobra de distração iraniana para evitar novas sanções.


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