Advogados de Trump enviam documentos para evitar depoimento
Equipe de Trump teme que o presidente fique vulnerável demais ao prestar depoimento, sobretudo pela tendência do magnata de fazer afirmações pouco precisas
EFE
Publicado em 19 de março de 2018 às 20h53.
Washington - Os advogados do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , enviaram nesta segunda-feira uma série de documentos ao promotor especial sobre o caso Rússia, Robert Mueller, para evitar que o republicano preste depoimento sobre o escândalo.
Segundo o jornal "The Washington Post", que cita duas fontes com conhecimento do caso, afirma que os documentos contêm descrições escritas que relatam momentos-chave sob investigação, com a esperança de reduzir a possibilidade de um depoimento de Trump.
Conforme as mesmas fontes, a equipe de Trump teme que o presidente fique vulnerável demais ao prestar depoimento, sobretudo pela tendência do magnata de fazer afirmações pouco precisas.
A decisão de compartilhar documentos com a equipe de Muller é parte dos esforços dos advogados de Trump para minimizar as tensões após o presidente tê-lo atacado duramente no Twitter.
Como parte da investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, Mueller apura se a campanha de Trump coordenou ações com o Kremlin e se o presidente obstruiu a Justiça ao realizar várias demissões, uma delas a do ex-diretor do FBI James Comey.
Na última sexta-feira, o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, demitiu o ex-diretor-adjunto do FBI Andrew McCabe, que se aposentadoria dois dias depois, após semanas de pressão por parte do presidente para afastá-lo do órgão.
Em comunicado, McCabe disse que a demissão ocorreu por sua atuação no caso Rússia e devido aos fatos que presenciou depois da fulminante demissão de Comey.
Ao longo do fim de semana, Trump atacou a equipe liderada por Mueller. Na sexta-feira, o advogado pessoal do presidente, John Dowd, pediu o fim da investigação ao afirmar que ela foi "fabricada" por motivos políticos pelos ex-dirigentes do FBI.
"Por que a equipe de Mueller tem 13 democratas de linha dura, alguns deles grandes simpatizantes da Corrupta Hillary Clinton, e nenhum republicano? Há pouco tempo contratam outro democrata... Alguém acredita que isso é justo? E, no entanto, NÃO HOUVE CONLUIO", escreveu Trump no Twitter.
O presidente omitiu que o próprio Mueller é republicano, sendo nomeado em 2001 como diretor do FBI pelo ex-presidente George W. Bush, do mesmo partido.
"A investigação de Mueller nunca deveria ter começado porque não houve conluio e não houve crime. Se baseou em atividades fraudulentas e em um falso dossiê financiando pela Corrupta Hillary", escreveu o presidente na rede social no sábado.