Bandeira da China é vista em Xangai: Liu Weiguo, um advogado conhecido por defender militantes políticos, se pronunciou no ano passado a favor de uma reforma dos campos de reeducação pelo trabalho na China (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 09h55.
Pequim - A polícia chinesa deteve o advogado Liu Weiguo enquanto visitava na prisão seu cliente Xu Zhiyong, um advogado que milita contra a corrupção preso no início desta semana, indicou nesta sexta-feira a organização Human Rights na China.
"Liu Weiguo foi preso na quinta-feira quando tentava se reunir com Xu no centro de detenção Nº3 de Pequim", disse esta organização não governamental (ONG) cuja sede se encontra nos Estados Unidos, citando suas próprias fontes e informações das redes sociais.
"Depois de ter realizado as formalidades para ver (Xu), as autoridades disseram que Liu Weiguo (...) não estava qualificado para defender Xu", indicou em sua conta no Twitter Hu Jia, um militante dos direitos humanos.
Segundo a Human Rights na China, Liu foi detido pelas forças de segurança pública "por suspeitas de "reunião para perturbar a ordem pública", a mesma acusação utilizada contra Xu".
Liu Weiguo, um advogado conhecido por defender militantes políticos, se pronunciou no ano passado a favor de uma reforma dos campos de reeducação pelo trabalho na China, assinando uma carta aberta junto com nove de seus colegas.
Xu Zhiyong, um advogado e universitário de Pequim, havia sido detido na terça-feira pela polícia. Este incansável defensor das reformas do sistema jurídico havia convocado publicamente a libertação dos militantes anticorrupção detidos em abril em Jiangxi (centro) e de ativistas presos por terem pedido mais transparência no patrimônio dos funcionários da hierarquia do governo.
Os Estados Unidos declararam na quinta-feira sua preocupação depois da prisão de Xu.
"Pedimos que as autoridades chinesas libertem Xu imediatamente, deixem de limitar sua liberdade de movimento e garantam as proteções e liberdades as quais tem direito em conformidade com os compromissos internacionais da China em matéria de direitos humanos", declarou à imprensa Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado.