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Adiada assinatura de delação premiada da Odebrecht no Peru

Acordo de colaboração entre a brasileira e a equipe que investiga a "Lava Jato" peruana foi paralisada devido a crise interna no MP

A Odebrecht se comprometia a entregar informações e documentos relevantes sobre o pagamento de propinas para autoridades peruanas de todos os níveis (Guadalupe Pardo/Reuters)
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AFP

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 18h47.

Última atualização em 3 de janeiro de 2019 às 18h48.

A assinatura de um acordo de colaboração judicial, ou delação premiada, entre a brasileira Odebrecht e a equipe que investiga a "Lava Jato" no Peru , prevista para 11 de janeiro, foi adiada devido à crise interna do Ministério Público peruano, informou nesta quinta-feira (3) o procurador José Domingo Pérez.

"No dia 11 não vamos ao Brasil e nos dias 13, 14, 15 e 16, quando íamos colher as declarações de Jorge Barata, que foi representante da Odebrecht no Peru, e de outros funcionários, tampouco vão se realizar", afirmou Pérez, um dos procuradores da equipe especial, à emissora estatal TV Perú.

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Por meio do acordo de colaboração eficaz (delação premiada), a Odebrecht se comprometia a entregar informações e documentos relevantes sobre o pagamento de propinas para autoridades peruanas de todos os níveis.

Segundo Pérez, um dos protagonistas da crise institucional com seu colega Rafael Vela, as decisões do procurador-geral Pedro Gonzalo Chávarry - que afastou-os e depois restituiu seu cargo dois dias depois - "afetaram o desenvolvimento regular das investigações do caso da construtora brasileira".

O procurador Vela, coordenador da equipe especial, está dialogando com a Odebrecht e diversos atores, como a Procuradoria, para estabelecer novas datas, acrescentou Pérez.

A assinatura do acordo aconteceria no dia 11 de janeiro. Além disso, foram planejados interrogatórios em meados de janeiro no Brasil relacionados a investigações envolvendo os ex-presidentes Alan Garcia, Alejandro Toledo, Ollanta Humala e sua esposa Nadine Heredia, além da ex-prefeita de Lima, Susana Villarán.

Enquanto isso, a crise no MP persiste diante da resistência do procurador-geral em deixar o cargo, em meio a denúncias de suposta proteção a líderes políticos afetados pelo escândalo da Odebrecht.

O Congresso vai se reunir em 7 de janeiro para discutir um projeto de lei proposto pelo presidente Martín Vizcarra para declarar o Ministério Público em emergência por obstruir as investigações sobre casos de corrupção.

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