Mundo

Acusado de planejar atentado no Canadá rejeita Justiça comum

Chiheb Esseghaier, de 30 anos, e seu suposto Raed Jaser, de 35, foram detidos na segunda-feira por supostamente planejar um ataque contra um trem de passageiros

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 14h53.

Toronto - Um dos islamitas acusados de planejar um atentado contra um trem no Canadá, Chiheb Esseghaier, afirmou nesta quarta-feira, em Toronto, que se nega a ser julgado de acordo com o código criminal, comparando-o ao "livro santo", Alcorão.

Comparecendo ante a juíza Susan Hilton, Esseghaier declarou que sua acusação não podia ser fundamentada no código criminal porque não se trata de "um livro santo, foi escrito por seres que não são perfeitos, porque apenas o Criador é perfeito".

Chiheb Esseghaier, de 30 anos, e seu suposto Raed Jaser, de 35, foram detidos na segunda-feira por supostamente planejar um ataque contra um trem de passageiros.

Os dois compareceram na terça-feira ante a justiça sob acusação, entre outras coisas, de "associação terrorista" e de "conspiração para cometer assassinato com um grupo terrorista".

As autoridades acusaram Chiheb Esseghaier e Raed Jaser de terem sido cooptados pela Al-Qaeda no Irã.

O comissário James Malizia informou que os suspeitos "estavam recebendo apoio de elementos da Al-Qaeda no Irã", mas destacou que "não há indicação de que estes ataques tenham sido patrocinados por um Estado". O tipo de assistência oferecida era "direção e orientação".

Os planos dos suspeitos, que estavam sob vigilância desde agosto de 2012, "não eram baseados em suas origens étnicas, e sim em sua ideologia".

Essa acusação foi rejeitada pelo ministro iraniano das Relações Exteriores, Alí Akbar Salehi, que a classificou de "verdadeiramente ridícula".


Durante o breve comparecimento de Jaser ante a juíza, esta aceitou um pedido do advogado de defesa para que se proíba aos meios de comunicação publicar qualquer informação fornecida no curso das audiências.

O advogado de defesa John Morris acusa a polícia de "demonizar" os dois suspeitos e questionou o momento das detenções, imediatamente depois das explosões em Boston e quando os legisladores canadenses discutem novas medidas antiterroristas

Os suspeitos não são canadenses, mas sua nacionalidade não foi revelada. Um deles morou em Montreal por vários anos, completou a polícia, sem especificar qual deles.

A Polícia informou que os detidos "observavam os trens e vias da região de Toronto", capital econômica do país.

Segundo vários veículos de comunicação, o alvo era a linha Nova York - Toronto, que registra grande movimento de passageiros.

De acordo com a superintendente-chefe da Polícia Montada, Jennifer Strachan, "esses indivíduos se preveniram e realizaram atividades para iniciar um ataque terrorista". Ela garantiu que não há ameaça iminente de ataque.

"Embora a polícia acredite que esses indivíduos tivessem a capacidade e a intenção de realizar esses atos criminosos, não houve ameaça iminente para o público em geral, funcionários ferroviários, passageiros, ou infraestrutura", de acordo com a declaração oficial.

As detenções ocorreram uma semana depois do ataque em Boston, e no momento em que o Parlamento Canadense discute uma proposta para reforçar leis antiterror, incluindo a criminalização de viagens de canadenses ao exterior para participar de um ataque.

Acompanhe tudo sobre:CanadáPaíses ricosTerroristasToronto

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai