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Acusações sobre Strauss-Kahn e Kadafi mancham campanha eleitoral francesa

Site publicou documento no qual um responsável dos serviços secretos líbios do regime de Kadafi autorizava o pagamento de 50 milhões de euros à campanha de Sarkozy

Ex-diretor do FMI acusou Sarkozy de ter promovido os escândalos que lhe obrigaram a abandonar a vida política (Lionel Bonaventure/AFP)
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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2012 às 15h00.

Paris, 29 abr (EFE).- As suspeitas de que Muammar Kadafi financiou a campanha de Nicolas Sarkozy em 2007 e o ressurgimento do ex-ministro socialista Dominique Strauss-Kahn mancharam a campanha presidencial francesa, que enfrenta neste domingo a reta final para o segundo turno do próximo domingo.

Os partidários de Sarkozy e do candidato socialista, François Hollande, lançaram acusações cruzadas sobre estes dois casos que desviaram a atenção da campanha enquanto eram realizados dois grandes comícios em Paris e Toulouse.

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O site investigativo 'Mediapart.fr' publicou neste fim de semana um documento no qual um alto responsável dos serviços secretos líbios do regime de Kadafi autorizava em 2006 o pagamento de 50 milhões de euros à campanha de Sarkozy do ano seguinte.

O presidente e candidato à reeleição considerou na emissora 'Canal+' que as acusações são uma 'infâmia', enquanto seu primeiro-ministro, François Fillon, acusou o meio de comunicação de ser 'um laboratório financiado pelos amigos ricos de François Hollande'.

Enquanto os socialistas pediram explicações ao presidente e a abertura de uma investigação judicial, os conservadores destacaram o fato de a acusação ter sido divulgada justamente a uma semana das eleições e coincidindo com o ressurgimento de Strauss-Kahn no cenário político francês.

O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), que há pouco menos de um ano era o favorito dos socialistas para levar a candidatura do partido à Presidência, acusou Sarkozy de ter promovido os escândalos que lhe obrigaram a abandonar a vida política.

Assim dizia em uma entrevista publicada pelo jornal britânico 'The Guardian', embora fontes próximas a Strauss-Kahn tenham dito que as declarações que são extratos de um livro do jornalista americano Edward Epstein e que não se tratam de frases textuais.

Acusado de assédio por uma camareira do hotel Sofitel de Nova York, Strauss-Kahn passou vários dias preso em maio de 2011 e atualmente sofre um processo na França por proxenetismo, por ter participado de festas com prostitutas.

Sarkozy não deixou passar a ocasião para atacar com ironia os socialistas, dizendo que gostariam de levar 'uma referência moral' até a Presidência do país.

Hollande reiterou que o ex-ministro de Economia não está na vida política e não deve voltar a ela, mas sua presença parece irritar a campanha do candidato socialista.

O deputado Julien Dray convidou Strauss-Kahn para uma festa na noite de sábado para celebrar seu aniversário em um bar de Paris, a qual também foram convidados o diretor da campanha de Hollande, Pierre Moscovici, seu porta-voz, Manuel Valls, e a ex-candidata Ségolène Royal.

Estes convidados não foram alertados sobre a presença do ex-responsável pelo FMI, e quando souberam que ele se encontrava no local, resolveram sair.

'Para mim é uma pessoa indesejável na campanha', afirmou Ségolène, que acrescentou não querer encontrar com ele 'em nome da dignidade das mulheres.

Enquanto os dois lados se enfrentavam, os candidatos aproveitaram o domingo antes do segundo turno para realizar grandes comícios. Hollande reuniu 17 mil seguidores em um ginásio poliesportivo de Paris, no seu último grande ato de campanha na capital.

O candidato socialista enviou uma mensagem de confiança, mas alertou contra a euforia e repetiu que a mudança que preconiza para seu país será também uma mudança para a Europa.

Sarkozy, por sua vez, viajou para Toulouse para um grande comício que foi retransmitido ao vivo a outras cinco cidades, com 60 mil presentes no total.

O presidente admitiu ser um defensor das fronteiras e disse que a Europa está debilitada. 'A França espera que a Europa defenda os povos europeus, e se não fizer, a França fará unilateralmente', disse. EFE

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