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Acusação representa golpe mortal no sonho presidencial de Strauss-Khan

Intelectuais e políticos afirmam que Strauss-Kahn não poderá mais se candidatar à presidência da França

Projeto de Strauss-Kahn de concorrer à presidência da França está com os dias contados

Projeto de Strauss-Kahn de concorrer à presidência da França está com os dias contados

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2011 às 12h50.

Paris - A acusação de agressão sexual em Nova York envolvendo o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss Kahn, abalou o setor político francês e, principalmente, o Partido Socialista, que sofreu um golpe mortal em sua provável candidatura para a eleição presidencial de 2012.

"Não pode ser candidato à primaria", afirmou o escritor Jacques Attali, em referência ao processo do partido marcado para outubro para as eleições presidenciais em que Strauss-Kahn, favorito nas pesquisas de opinião, era considerado o candidato mais provável na disputa contra o atual presidente francês Nicolas Sarkozy, .

"Acredito que ele não será o candidato à presidência", diz Attali, ex-asessor do falecido presidente francês François Mitterrand.

Strauss-Kahn, 62 anos, foi indiciado por "agressão sexual, cárcere privado e tentativa de estupro" contra uma camareira de 32 anos em um hotel no norte de Manhatam, em Nova York. Ele está detido em uma delegacia de Harlem e espera uma audiência julgamento.

"Como todos, estou chocada", afirmou a a primeira-secretária do Partido Socialista francês, Martine Aubry, que pediu a "união" do partido para o processo de primárias para eleger o candidato à presidência.

A ex-candidata à presidência de 2007 Ségolène Royal também disse estar "chocada" com a notícia, mas pediu que respeitassem a "presunção de inocência" de "DSK", como é chamado na França.


"Temos que evitar qualquer conclusão precipitada", destacou o líder do PS François Hollande, que com a saída de Strauss Kahn tem maiores chances de ser o candidato do partido.

O governo francês pediu "prudência", através do porta-voz François Baroin, segundo o qual Paris "respeita dois princípios simples: o processo judicial em andamento nos EUA (...) e o respeito à presunção de inocência". "Não julgaremos antes de saber", afirmou o ex-socialista Jean Luc Melencohn.

Strauss -ahn negou as acusações e se declara "inocente", segundo o seu advogado em Washington, William Taylor. "Isto não pode ser obra de DSK, o homem que todos conhecemos", afirmou o deputado socialista Jean Marie Le Guen, um dos dirigentes mais próximos do diretor do FMI. Mesma opinião do biógrafo de Dominique Strauss-Kahn, Michael Tonman.

"Isto não corresponde ao comportamento de Dominique Strauss Kahn", disse o autor de "Le Romain Vrai de DSK" (O verdadeiro romance de DSK). A presidente da Frente Nacional (FN, extrema-direita), Marine Le Pen, possível rival de Strauss-Kahn no segundo turno das eleições presidenciais, foi implacável com o concorrente.

"Ele se tornou definitivamente desacreditado como candidato ao mais alto cargo do Estado", afirmou Le Pen antes de dizer que "circulam em Paris comentários sobre as relações ligeiramente patológicas que Strauss-Kahn parece ter com as mulheres".

Casado há anos com a renomada jornalista francesa Anne Sinclair, Strauss-Kahn manteve uma relação em 2008 com uma economista húngara do FMI, provocando um escândalo. Jacques Attali afirma que provavelmente Strauss-Kahn não poderá tentar um segundo mandato no FMI, onde seu mandato vai até setembro de 2012.

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