Acnur denuncia ataques na fronteira entre Líbano e Síria, rota de milhares de refugiados
Acnur alerta para ataques israelenses que impedem fuga de refugiados na fronteira entre Líbano e Síria
Agência de Notícias
Publicado em 25 de outubro de 2024 às 09h35.
A Agência da ONU para Refugiados ( Acnur ) denunciou nesta sexta-feira os repetidos ataques israelenses perto das instalações da fronteira entre Líbano e Síria , através das quais milhares de refugiados tentam fugir do conflito. Um desses ataques, ocorrido nesta madrugada, levou ao fechamento da passagem de Khujiyah, no norte do Líbano.
“Essa é uma grande preocupação para Acnur, pois reduz a capacidade das pessoas de fugir da violência e buscar segurança”, disse a porta-voz da agência, Rula Amin, durante entrevista coletiva virtual em Amã, capital da Jordânia.
Crise de refugiados no Líbano
Amin lembrou que um quinto da população libanesa, aproximadamente um milhão de pessoas, deixou suas casas devido ao conflito, e cerca de 430 mil pessoas cruzaram do Líbano para a Síria, 70% delas sendo refugiados sírios e o restante libaneses. Além disso, foram detectados até 19.000 refugiados libaneses que cruzaram para o sul da Síria e chegaram ao Iraque.
Outro ataque recente ocorreu em Masna, a principal passagem de fronteira entre Líbano e Síria, ligando Beirute e Damasco por estrada. “O ataque aconteceu a 500 metros do escritório de imigração, e a cratera podia ser vista das instalações do Acnur, onde as pessoas descansam enquanto cumprem suas formalidades”, relatou Amin.
Impacto na população deslocada
Segundo Amin, esses ataques agravam a crise de refugiados, que já dura um ano, mas piorou em setembro com o aumento das hostilidades entre Israel e Hezbollah. “A maioria dos deslocados está dentro do Líbano, fugindo de cidades que antes eram consideradas seguras, como Tiro, agora sob forte ataque. A devastação ameaça o retorno das pessoas às suas casas”, destacou.
Os abrigos para deslocados em escolas e outras instalações já estão lotados, o que dificulta a busca por locais seguros devido às dificuldades econômicas. “Os refugiados sírios e outras famílias vulneráveis não têm outra opção a não ser dormir ao relento”, frisou Amin.