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Acidente da BP pode baixar custo de exploração no Brasil, diz Fitch

Segundo a agência, empresas do setor podem deixar de investir na exploração de petróleo nos EUA por causa dos riscos e possíveis mudanças regulatórias

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

O acidente da BP, que resultou no vazamento de petróleo no Golfo do México e já dura quase dois meses, deve acabar beneficiando o Brasil por meio da redução do custo de exploração offshore, do pré-sal, acredita o diretor da Fitch Ratings José Luis Villanueva, que participa da Conferência de Petróleo e Gás, promovida pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York.

Segundo ele, empresas do setor, especialmente as menores, podem deixar de investir nesse tipo de exploração de petróleo nos Estados Unidos por causa dos riscos e possíveis mudanças regulatórias, com leis mais severas. Com isso, a oferta de equipamentos para esse fim deve aumentar para as explorações no Brasil, barateando os custos para o uso dessas tecnologias.

Diretora da ANP vai monitorar acidente da BP

A diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Magda Maria Chambriard disse que está indo nesta quinta para Houston, no Texas, onde ficará até sábado, para visitar o Centro de Controle do acidente da BP. Ela disse que saber o que está sendo feito no trabalho de contenção do vazamento no Golfo do México e detalhes das investigações. "Há facilmente pelo menos dez razões para este acidente", disse ela, logo após participar da Conferência de Petróleo e Gás, promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York.

Ela afirmou ainda que não descarta a adoção, pelo Brasil, futuramente, de novas regras para exploração em águas profundas, caso isso se mostre necessário. "(O acidente) não é assunto apenas da BP e sim da indústria como um todo", afirmou. Segundo a diretora, a ANP acompanha e estuda casos de acidente envolvendo as petrolíferas para conseguir elevar o nível de segurança com que é feita a exploração de petróleo no Brasil.

Ela avaliou que, no País, o sistema operacional é muito seguro. Disse também que a ANP aprendeu com acidentes ocorridos no Brasil, como o da explosão da plataforma P-36, na Bacia de Campos, em 2001. "Aprendemos muito mais com os pesadelos do que com os sonhos bons." Magda Chambriard avalia ainda que, por causa do acidente, é possível que o Brasil se beneficie com acesso a equipamentos de exploração em águas profundas a um custo mais baixo daqui para frente.


Negócio entre BP e Devon no Brasil precisa de aval

A diretora da ANP disse ainda que a compra de ativos de exploração da empresa americana Devon Energy no Brasil pela British Petroleum não pode ser fechado sem que haja a aprovação da ANP. "O que posso garantir é que qualquer que seja a decisão, ela não acontece sem a aprovação da ANP. As companhias podem ter se entendido, tratado desse assunto e até chegado a um número, mas não houve ainda aprovação da ANP", afirmou a diretora, após participar da Conferência de Petróleo e Gás, promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York.

Segundo ela, a agência irá analisar as habilidades técnicas, financeiras e jurídicas, antes de qualificar a BP. Reportagem publicada ontem no jornal britânico The Times diz que, por causa do acidente com a plataforma de petróleo da BP, a ANP vai revisar o acordo que prevê a compra de ativos em águas profundas brasileiras pela companhia. A diretora não comentou sobre a matéria.

O acordo da BP com a Devon foi anunciado no dia 11 de março, prevendo que a gigante britânica adquira, por US$ 7 bilhões, blocos exploratórios da Devon na Bacia de Campos e na Bacia do Parnaíba, além de ativos em águas profundas no Azerbaijão e no Golfo do México.

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