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Acesso de Musk a segredos de Estado preocupa autoridades dos EUA, diz "NYT"

Durante anúncios de sua equipe de governo, Trump colocou Musk à frente do futuro Departamento de Eficiência Governamental

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 07h03.

Autoridades militares dos Estados Unidos iniciaram ao menos três investigações sobre Elon Musk e sua empresa de transporte e exploração espacial e comunicações, a SpaceX, devido ao descumprimento de obrigações para terem acesso a segredos de Estado, informou nesta terça-feira o jornal "The New York Times".

De acordo com o jornal, desde 2021, Musk e a SpaceX não deram detalhes sobre viagens, reuniões com líderes estrangeiros e consumo de drogas, tanto legais quanto ilegais, conforme exigido pelas regras de acesso a informações sigilosas.

Apesar disso, a Agência de Contrainteligência e Segurança da Defesa dos EUA (DCSA) concedeu a Musk acesso a segredos importantes, embora o processo de aprovação tenha levado mais de dois anos, um período excepcionalmente longo, acrescentou o "NYT".

A Força Aérea americana recentemente se recusou a conceder a Musk uma autorização para acessar informações de segurança de alto nível. Nove países, incluindo Israel, também expressaram receio de que o homem mais rico do mundo tenha acesso a informações confidenciais.

Em resposta ao artigo, Musk escreveu nesta terça-feira em sua rede social, X (ex-Twitter): “Os traidores do estado profundo estão atrás de mim, usando seus representantes pagos na grande mídia”.

“Prefiro não começar brigas, mas as termino”, acrescentou.

No domingo, 15, o "The Wall Street Journal" também informou que os advogados da SpaceX, uma das principais contratadas da Nasa (agência espacial americana), alertaram o empresário para não tentar obter permissão para obter uma categoria mais alta de acesso a informações confidenciais.

O jornal explicou que o uso de drogas, como maconha e cetamina, confessado por Musk, assim como seu suposto uso de LSD, ecstasy e cogumelos mágicos, poderia causar problemas, além de seus contatos regulares com líderes estrangeiros, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Os advogados de Musk temem que a possível solicitação de acesso às informações mais confidenciais dos EUA e a eventual rejeição dessa solicitação possam fazer com que ele perca a autorização que possui atualmente.

Tanto o "NYT" quanto o "WSJ" apontaram que, assim que o republicano Donald Trump assumir a presidência dos EUA em 20 de janeiro, ele poderá conceder a Musk - que se tornou um de seus aliados e conselheiros mais próximos - permissão para acessar qualquer informação, mesmo as mais confidenciais.

Trump colocou Musk à frente do futuro Departamento de Eficiência Governamental, que tem como objetivo cortar gastos federais e reduzir a burocracia.

O NYT acrescentou que funcionários da SpaceX expressaram preocupação com o acesso de Musk a informações altamente confidenciais (a empresa coloca satélites militares dos EUA em órbita) e que alguns dos que se queixaram foram demitidos ou forçados a deixar a empresa.

Porém, a SpaceX garantiu ao Departamento de Defesa que Musk não participa de reuniões em que são discutidas as informações mais confidenciais.

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