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Abdelhamid Abaud, o suposto cérebro dos atentados

O suposto cérebro dos atentados, que gosta de ser chamado de "emir dos jihadistas da Bélgica" uniu-se ao Estado Islâmico no início de 2013


	Abdelhamid Abaaoud: há uma "hipótese séria" do envolvimento de Abaud, um belga de origem marroquina, nos atentados, diz TV
 (Reprodução/Dabiq)

Abdelhamid Abaaoud: há uma "hipótese séria" do envolvimento de Abaud, um belga de origem marroquina, nos atentados, diz TV (Reprodução/Dabiq)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 20h42.

Bruxelas - Abdelhamid Abaud, o suposto cérebro dos atentados de Paris e que gosta de ser chamado de "emir dos jihadistas da Bélgica", uniu-se às fileiras do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no início de 2013 e acredita-se que esteve por trás de vários atentados, inclusive em seu próprio país.

A rede de televisão belga "RTL-TVi" informou neste segunda-feira que, segundo fontes da investigação na França, há uma "hipótese séria" do envolvimento de Abaud, um belga de origem marroquina, nos atentados da sexta-feira em Paris.

Os serviços de inteligência belgas suspeitam também que Abaud possa ter organizado os atentados em Paris, nos quais morreram 129 pessoas e outras centenas ficaram feridas, segundo os jornais "De Standaard" e "Het Niewsblad".

Os investigadores voltam sua atenção assim para um homem conhecido também por codinomes como "O belga" e Abu Omar Susi, e que se apresenta a si mesmo como "o emir dos jihadistas da Bélgica".

Abaud, de 28 anos, é original do município bruxelense de Molenbeek, onde as forças de segurança belgas realizam operações antiterroristas desde sábado e uma região multirracial por onde passaram vários supostos terroristas jihadistas nos últimos meses e anos.

O suposto líder dos ataques em Paris já é considerado como o cérebro dos atentados frustrados em janeiro deste ano em Verviers, no leste da Bélgica, quando uma célula jihadista tentou atacar a polícia, mas foi desmantelada antes.

Foi condenado à revelia em julho a 20 anos de prisão por um tribunal correcional de Bruxelas, que lhe considera um dos chefes da filial síria, da qual 32 membros (alguns falecidos e outros ainda na Síria) foram julgados.

O tribunal acredita que Abaud coordenou as ações do grupo na Grécia, onde supostamente residia até sua pista ser perdida.

Segundo a imprensa belga, Abaud fugiu em janeiro à Síria depois que dois dos jihadistas recrutados por ele foram abatidos pela polícia na operação antiterrorista em Verviers.

Apesar de seu grau de envolvimento nos atentados de Paris não ter sido estabelecido ainda, acredita-se que esteve em contato pelo menos com um dos irmãos Abdeslam, segundo a rede de televisão belga "RTL".

No contexto dos atentados se fala de três irmãos: Mohammed, que hoje ficou em liberdade sem acusações após ser detido na Bélgica; de Ibrahim, um dos terroristas suicidas; e de Salam, sobre quem pesa um mandado de busca e captura internacional.

Por sua parte, a emissora "RTL France" indicou que Abaud teria supervisionado a operação em Paris e teria estado por isso em contato direto com um dos terroristas envolvidos no massacre.

Para o jornal francês "Le Monde", o histórico de Abdelhamid Abaud é uma prova cabal dos erros dos serviços de inteligência belgas, porque o suposto terrorista teria viajado em várias ocasiões entre Bélgica e Síria sem ter sido "incomodado" pelas autoridades belgas.

O jornal britânico "The Independent" afirma, além disso, citando a imprensa belga, que ele teria inclusive recrutado seu próprio irmão de 14 anos, Yunis Abaud, apontado como um dos combatentes mais jovens do Estado Islâmico.

Entre os sete terroristas suicidas dos atentados de Paris identificados, dois de nacionalidade francesas tinham vivido em Molenbeek e no centro de Bruxelas.

Um destes homens, Bilal Hadfi, deixou Bruxelas no ano passado para ir à Síria. O outro é Ibrahim Abdelslam.

Abdelslam e Hadfi teriam sido, segundo o jornal "Standaard" e os veículos do grupo Sudpresse, amigos de Abaud.

O primeiro e o suposto líder dos atentados de Paris teriam, além disso, cometidos juntos "certos atos criminosos" entre 2010 e 2011 em Bruxelas.

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