Mahmud Abbas: "esta terra é nossa primeira e última. É nossa terra ocupada independentemente da expansão dos assentamentos." (©AFP / Majdi Mohammed)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2012 às 12h36.
Jerusalém - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou nesta quarta-feira que a Assembleia Geral da ONU votará uma resolução de admissão da Palestina como Estado não-membro da organização "em menos de um mês ou um mês e meio".
"Regressaremos à ONU durante este período para receber o reconhecimento como Estado sob ocupação. Não temos problema com essa denominação porque seremos um Estado e não territórios em disputa", declarou o presidente palestino em seu escritório de Ramala.
O presidente da ANP se mostrou confiante que essa votação da Assembleia Geral da ONU será propícia à reivindicação palestina e ressaltou o direito dos palestinos à autodeterminação.
"Esta terra é nossa primeira e última. É nossa terra ocupada independentemente da expansão dos assentamentos. Os assentamentos foram ilegais desde o princípio ao fim e não os aceitaremos. Eles devem ir com seus assentamentos e seus colonos, já que esta terra é nossa e esta Jerusalém é nossa", ressaltou Abbas.
Funcionários palestinos assinalaram que Abbas não deve apresentar nenhuma minuta de solicitação à ONU até as eleições do dia 6 de novembro nos Estados Unidos e assinalaram que, inclusive, Washington poderia tratar de impedir sua iniciativa.
Fontes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) afirmaram à Agência Efe que Abbas pretende que a Assembleia Geral se pronuncie sobre seu pedido no dia 29 de novembro, coincidindo com o Dia Internacional de Solidariedade com o povo palestino.
Após o fracasso do último ano, quando a reivindicação palestina para ser um Estado membro de plenário direito foi bloqueada pela falta apoios no Conselho de Segurança (após uma ferrenha oposição dos EUA), Abbas optou por pedir o reconhecimento como um Estado observador desta vez.
Trata-se de um status similar ao que possui o Vaticano, o qual poderia permitir que os palestinos tenham acesso à várias agências das Nações Unidas e à tribunais internacionais, como o Tribunal Penal Internacional (TPI).
Antes de apresentar a minuta de resolução à Assembleia, os palestinos pretendem negociá-la com os membros da ONU, especialmente com os países europeus, para tentar alcançar o máximo de apoios possíveis.