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A meses das eleições, extrema direita domina campanha na França

Em um país traumatizado por uma série de atentados terroristas, a extrema-direita venceu uma batalha ideológica

Marine Le Pen: a campanha eleitoral se concentrou em seus temas preferidos (Franck Prevel/Getty Images)
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AFP

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 10h52.

A seis meses das eleições presidenciais na França , ainda não se sabe a lista de candidatos, mas a campanha está claramente dominada pelos temas preferidos da extrema direita: a insegurança, a imigração, a identidade e o islã.

Atualmente há mais de 20 candidatos declarados ou potenciais para as eleições de 23 de abril e de 7 de maio de 2017.

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Do lado da oposição de direita, os franceses deverão esperar o dia 27 de novembro para saber quem sairá vencedor das primárias deste campo, para as quais há dois grandes favoritos: o ex-primeiro-ministro e prefeito de Bordeaux Alain Juppé, de 71 anos, e o ex-presidente Nicolas Sarkozy, de 61.

Por sua vez, o presidente socialista François Hollande, que bate recordes de impopularidade, ainda não anunciou oficialmente se buscará se reeleger para um segundo mandato. Se decidir não se apresentar, seu primeiro-ministro, Manuel Valls, pode se candidatar em seu lugar. De qualquer forma, a esquerda precisará passar por primárias em janeiro.

Diante de todas estas dúvidas, Marine Le Pen, de 48 anos, conquistou uma vantagem importante: a presidente da ultradireitista Frente Nacional (FN) partiu desde janeiro de 2016 "ao contato" dos franceses para nutrir seu projeto presidencial.

E as pesquisas são unânimes: qualquer que seja seu adversário, Le Pen tem grandes possibilidades de passar ao segundo turno das presidenciais, como fez seu pai, Jean-Marie Le Pen, em 2002.

Em um país traumatizado por uma série de atentados terroristas (238 mortos desde janeiro de 2015), a extrema-direita venceu uma batalha ideológica, já que a campanha eleitoral se concentrou em seus temas preferidos.

"Copiam nossas propostas"

"Somos o centro da vida política francesa (...). Estamos diante de pessoas que copiam nossas propostas", declarou recentemente Marine Le Pen, referindo-se principalmente a Nicolas Sarkozy.

Na falta de diferenças importantes no plano econômico, o ex-chefe de Estado se apoderou do tema da identidade nacional para se distinguir de seus rivais nas primárias.

Seus concorrentes precisaram se posicionar neste tema. O moderado, Alain Juppé, de 71 anos, propõe uma "identidade feliz", sem sucumbir ao medo do Islã. Com esta linha já conquistou o centro e espera atrair votos do eleitorado de esquerda, decepcionado com Hollande.

Hollande, de 62 anos, se apresenta, por sua vez, como o fiador do "Estado de direito" diante dos excessos de seus rivais nos temas de segurança. Seus opositores o acusam de querer assumir um papel de "pai da nação" para apagar seu fracasso no âmbito do emprego.

O presidente garantiu há algum tempo que não se apresentaria a um segundo mandato se não conseguisse diminuir o desemprego, que ronda os 10%.

Segundo as pesquisas, a segurança é a principal preocupação dos franceses, explica Frédéric Dabi, da empresa de pesquisa de mercado Ipsos. Mas "quando perguntamos quais serão os temas que pesarão no voto, o emprego e o poder aquisitivo retornam com força", acrescenta.

Marine Le Pen, que já se projeta no segundo turno, se concentra, por sua vez, nos temas sócio-econômicos, denunciando "o empobrecimento dos franceses" ou "a ideologia ultraliberal" da União Europeia.

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