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A inglória viagem de Obama

Era para ser a viagem triunfal de despedida de um presidente aclamado, que entrega o país com a economia nos eixos e com a sucessora eleita. Em vez disso, o presidente americano Barack Obama tem roteiro inglório pela frente nos próximos dias. Na terça-feira, ele embarca para reuniões com líderes europeus na Grécia e na […]

OBAMA: “Não me sinto responsável pelo que diz ou faz o presidente eleito, mas sim que durante a transição eu lhe apresente minhas melhores ideias para levar o país à frente” / Kevin Lamarque/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 06h00.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h30.

Era para ser a viagem triunfal de despedida de um presidente aclamado, que entrega o país com a economia nos eixos e com a sucessora eleita. Em vez disso, o presidente americano Barack Obama tem roteiro inglório pela frente nos próximos dias. Na terça-feira, ele embarca para reuniões com líderes europeus na Grécia e na Alemanha. Na sexta, chega a Lima, no Peru, para três dias de encontros com os chefes de estado do pacífico, entre eles o chinês Xi Jinping e o russo Vladimir Putin.

Seu maior desafio, obviamente, será explicar o que o resto do mundo deve esperar de Donald Trump. Após reunião com o presidente eleito, na quinta-feira, Obama afirmou que torce por seu sucesso e que fará de tudo para que a transição seja o mais produtiva possível. A passagem de bastão ocorre no dia 20 de janeiro.

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Obama terá de ser mais político do que já foi em relação a Trump. Em agosto, ele afirmou ao presidente de Singapura que falta ao agora presidente eleito conhecimentos básicos sobre política e economia europeia e asiática. Em maio, em visita ao Japão, disse que o resto do mundo tinha razão de se preocupar com um possível governo Trump.

Assim como Obama não o conhecia até quinta-feira, nenhum dos grandes líderes mundiais já esteve com Trump – a lista inclui até Vladimir Putin, com quem Trump trocou elogios durante a campanha. Na pauta europeia, a maior preocupação deve ser com segurança, já que Trump afirmou reiteradas vezes que pretende rever o pacto da Otan, a aliança militar do ocidente. Analistas de segurança europeus urgem os líderes do continente a montar um plano de investimento militar que não dependa dos Estados Unidos.

No Peru, o principal tema em discussão será o comércio. Boa parte dos convidados, como o Japão e o próprio Peru, fazem parte das negociações para a formação do TPP, o tratado transpacífico, acordo de parceria comercial firmado por 12 países em 2015. Trump já afirmou que uma de suas primeiras medidas será revisar todos os acordos comerciais do país. Espere um Obama menos sorridente que em suas últimas viagens.

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