A importância destes atletas olímpicos vai além do esporte
11 mil atletas de mais de 200 países estão no Brasil disputando a Olimpíada. A participação de alguns deles, no entanto, trouxe à tona mensagens poderosas
Gabriela Ruic
Publicado em 11 de agosto de 2016 às 07h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h09.
São Paulo – Os aros coloridos que são o símbolo dos Jogos Olímpicos não deixam dúvidas: esse gigantesco torneio quer promover a união entre os povos e a paz no mundo por meio do esporte. E essa mensagem é repassada pelas centenas de atletas de diferentes lugares que participam do evento a cada quatro anos. Na Olimpíada do Rio de Janeiro, o retrato de diversidade é evidente: 11 mil atletas de mais de 200 países encontram-se no Brasil neste momento disputando um lugar no pódio, cada um com a sua história, cada um com a sua luta. Neste ano, contudo, pela primeira vez na história dos Jogos, uma equipe formada inteiramente por refugiados surge em meio aos participantes para trazer à tona para os milhões de espectadores os contornos de situações urgentes que o mundo vem vivendo nos últimos anos, como guerras e crises humanitárias. Além dos membros da equipe dos refugiados , há outros atletas cujas participações trazem mensagens importantes para o mundo e que vão além do esporte. Confira nas imagens quem são alguns deles e saiba o que a sua participação representa.
País: Estados Unidos
Esporte: Esgrima
A americana Ibtihaj tem 30 anos e nasceu em Maplewood, estado de Nova Jersey. Ibtihaj é a primeira mulher a competir pelos EUA usando o hijab, vestimenta islâmica. E foi assim que ela chegou ao esporte: quando criança, seus pais procuravam uma modalidade que ela poderia praticar sem que precisasse abrir mão do traje. Aos 13 anos encontrou a esgrima e desde então se consolidou como um dos maiores nomes do esporte: 12ª melhor atleta do mundo no sabre, uma das armas usadas no esporte, ela recebeu o título de melhor atleta muçulmana em 2012. No Rio de Janeiro, onde disputa pela primeira vez uma Olimpíada, Ibtihaj disse recentemente se sentir honrada de representar as mulheres negras e muçulmanas em uma competição deste nível e quer ser um exemplo para as jovens em todo o mundo. “Estou animada em desafiar os estereótipos que as pessoas têm em relação às mulheres muçulmanas”, disse em entrevista à BBC, “quero mostrar para todos que não apenas podemos competir em uma equipe olímpica, mas que podemos chegar à equipe dos Estados Unidos, uma das mais fortes do mundo”.
Esporte: Esgrima
A americana Ibtihaj tem 30 anos e nasceu em Maplewood, estado de Nova Jersey. Ibtihaj é a primeira mulher a competir pelos EUA usando o hijab, vestimenta islâmica. E foi assim que ela chegou ao esporte: quando criança, seus pais procuravam uma modalidade que ela poderia praticar sem que precisasse abrir mão do traje. Aos 13 anos encontrou a esgrima e desde então se consolidou como um dos maiores nomes do esporte: 12ª melhor atleta do mundo no sabre, uma das armas usadas no esporte, ela recebeu o título de melhor atleta muçulmana em 2012. No Rio de Janeiro, onde disputa pela primeira vez uma Olimpíada, Ibtihaj disse recentemente se sentir honrada de representar as mulheres negras e muçulmanas em uma competição deste nível e quer ser um exemplo para as jovens em todo o mundo. “Estou animada em desafiar os estereótipos que as pessoas têm em relação às mulheres muçulmanas”, disse em entrevista à BBC, “quero mostrar para todos que não apenas podemos competir em uma equipe olímpica, mas que podemos chegar à equipe dos Estados Unidos, uma das mais fortes do mundo”.
País: Kosovo
Esporte: Judô
Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, Kosovo apresentou uma delegação. Com sua independência declarada em 2008 após um conflito sangrento com a Sérvia, Kosovo ainda não é reconhecido como um país pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por países como o Brasil e a Rússia. Para seus atletas, a jornada foi difícil. A judoca Majlinda Kelmendi, sabe bem disso. Em 2012, durante os Jogos de Londres, só pode participar representando a Albânia. Bicampeã mundial, viu seu sonho de representar o seu país ser concretizado em 2014, quando o Comitê Olímpico Internacional integrou Kosovo ao seu quadro de países, sob os protestos de Sérvia e Rússia. A delegação de Kosovo na Olimpíada do Rio de Janeiro é pequena e conta com oito atletas. Com Majlinda, no entanto, os kosovares não foram apenas bem representados, como receberam ainda a primeira medalha da história. E de ouro! “As crianças em Kosovo me enxergam como uma heroína”, disse ela em entrevista à rede BBC, “e acabei de provar pra elas que mesmo depois da guerra, depois de termos sobrevivido a guerra, se desejam alguma coisa, podem tê-la. Se querem ser campeãs olímpicas, podem ser. ”
Esporte: Judô
Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, Kosovo apresentou uma delegação. Com sua independência declarada em 2008 após um conflito sangrento com a Sérvia, Kosovo ainda não é reconhecido como um país pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por países como o Brasil e a Rússia. Para seus atletas, a jornada foi difícil. A judoca Majlinda Kelmendi, sabe bem disso. Em 2012, durante os Jogos de Londres, só pode participar representando a Albânia. Bicampeã mundial, viu seu sonho de representar o seu país ser concretizado em 2014, quando o Comitê Olímpico Internacional integrou Kosovo ao seu quadro de países, sob os protestos de Sérvia e Rússia. A delegação de Kosovo na Olimpíada do Rio de Janeiro é pequena e conta com oito atletas. Com Majlinda, no entanto, os kosovares não foram apenas bem representados, como receberam ainda a primeira medalha da história. E de ouro! “As crianças em Kosovo me enxergam como uma heroína”, disse ela em entrevista à rede BBC, “e acabei de provar pra elas que mesmo depois da guerra, depois de termos sobrevivido a guerra, se desejam alguma coisa, podem tê-la. Se querem ser campeãs olímpicas, podem ser. ”
País: Síria
Esporte: Natação
Em um país devastado por uma violenta guerra civil e disputado por grupos terroristas, a Síria encontrou razões para sorrir com a presença da nadadora Yusra Mardini nos Jogos do Rio de Janeiro. Yusra, contudo, não faz parte da delegação oficial do país, mas sim da equipe internacional montada pelo COI com refugiados de diferentes países. Criada em Damasco, a capital do país, a atleta viu a casa que vivia com sua família ser destruída durante a guerra. Em agosto de 2015, deixou o país na companhia da sua irmã. Juntas, atravessaram Líbano e a Turquia até conseguirem um lugar em uma embarcação para chegar à Europa. Como milhares de refugiados que tentam essa perigosa travessia pelo Mar Mediterrâneo, a embarcação onde ela estava ficou sem combustível e ameaçou virar. Ela, sua irmã e um outro passageiro eram os únicos dos 18 ocupantes que sabiam nadar. Não tiveram dúvidas: caíram na água e nadaram por mais de três horas puxando a embarcação até a ilha de Lesbos, na Grécia. Ela hoje vive e treina na Alemanha, ao lado da família. Sua história é de arrepiar, mas é uma história que se repete diariamente nos últimos meses com milhões de refugiados e imigrantes que fogem de guerras e catástrofes humanitárias em busca de uma vida melhor na Europa. “Eu quero representar todos os refugiados para mostrar a todos que, depois da dor, depois da tempestade, vem a calmaria”, disse ela em entrevista ao braço da ONU para refugiados. Yusra já competiu e infelizmente não se classificou para as semifinais dos 100 metros borboleta. “Eu sabia que seria difícil, mas já vale muito estar aqui. ” Além da jovem, o nadador Rami Anis é outro sírio que faz parte da equipe de refugiados. Nascido em Aleppo, uma das cidades mais afetadas pela guerra, Anis fugiu para a Turquia com o agravamento da violência. Assim como Yusra, atravessou o Mar Mediterrâneo em uma embarcação frágil em busca de proteção e melhores condições de treinamento na Europa. Hoje vive em Ghent, na Bélgica.
Esporte: Natação
Em um país devastado por uma violenta guerra civil e disputado por grupos terroristas, a Síria encontrou razões para sorrir com a presença da nadadora Yusra Mardini nos Jogos do Rio de Janeiro. Yusra, contudo, não faz parte da delegação oficial do país, mas sim da equipe internacional montada pelo COI com refugiados de diferentes países. Criada em Damasco, a capital do país, a atleta viu a casa que vivia com sua família ser destruída durante a guerra. Em agosto de 2015, deixou o país na companhia da sua irmã. Juntas, atravessaram Líbano e a Turquia até conseguirem um lugar em uma embarcação para chegar à Europa. Como milhares de refugiados que tentam essa perigosa travessia pelo Mar Mediterrâneo, a embarcação onde ela estava ficou sem combustível e ameaçou virar. Ela, sua irmã e um outro passageiro eram os únicos dos 18 ocupantes que sabiam nadar. Não tiveram dúvidas: caíram na água e nadaram por mais de três horas puxando a embarcação até a ilha de Lesbos, na Grécia. Ela hoje vive e treina na Alemanha, ao lado da família. Sua história é de arrepiar, mas é uma história que se repete diariamente nos últimos meses com milhões de refugiados e imigrantes que fogem de guerras e catástrofes humanitárias em busca de uma vida melhor na Europa. “Eu quero representar todos os refugiados para mostrar a todos que, depois da dor, depois da tempestade, vem a calmaria”, disse ela em entrevista ao braço da ONU para refugiados. Yusra já competiu e infelizmente não se classificou para as semifinais dos 100 metros borboleta. “Eu sabia que seria difícil, mas já vale muito estar aqui. ” Além da jovem, o nadador Rami Anis é outro sírio que faz parte da equipe de refugiados. Nascido em Aleppo, uma das cidades mais afetadas pela guerra, Anis fugiu para a Turquia com o agravamento da violência. Assim como Yusra, atravessou o Mar Mediterrâneo em uma embarcação frágil em busca de proteção e melhores condições de treinamento na Europa. Hoje vive em Ghent, na Bélgica.
País: Sudão do Sul
Esporte: atletismo Com apenas seis anos de idade, Anjelina se viu separada dos pais durante a violenta guerra entre o Sudão e separatistas do sul, hoje Sudão do Sul. Conseguiu se refugiar no campo Kakuma, Quênia, um dos maiores do mundo, e local onde encontrou o atletismo. De acordo com seus relatos, sabia que tinha uma inclinação natural para correr, mas quando foi vista competindo por treinadores internacionais, entendeu o quão veloz ela era. Acabou sendo uma das crianças selecionadas no campo para treinar em Nairobi, na escola de atletismo de Tegla Laroupe, uma das maiores atletas do Quênia. Se a vida de Anjelina deu um salto nos últimos anos, o mesmo não pode ser dito de sua terra natal. Mergulhado em uma guerra separatista por anos, o Sudão do Sul não encontrou a paz mesmo depois da sua independência e vive agora um conflito para determinar quem será o seu líder. Desde dezembro de 2013, quando a guerra civil se iniciou depois da independência, mais de 50 mil pessoas morreram no Sudão do Sul e 1,6 milhão se deslocaram internamente. Anjelina tem pouco contato com seus pais, que ainda vivem no país. Sabe apenas que lutam para sobreviver em meio a fome e a grave crise humanitária que se instalou na região em decorrência de anos de instabilidades. São eles a sua maior motivação para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas os colegas refugiados também estão nos seus pensamentos. Em declaração à equipe da Rio 2016, disse que deseja ser vista por outras pessoas nesta situação como inspiração. “Eles vão se encorajar e ver que podem competir”, pontuou. Ela uma dos cinco atletas do Sudão do Sul que fazem parte da equipe dos refugiados, a primeira da história a marcar presença em uma Olímpiada. Juntam-se a ela James Nyang Chiengjiek, 28 anos, Paulo Lokoro, 24 anos, Yiech Biel, 21 anos, Rose Lakonyen, 23 anos. Todos fugiram dos conflitos no país e conseguiram refúgio no Quênia. Competem no atletismo.
Esporte: atletismo Com apenas seis anos de idade, Anjelina se viu separada dos pais durante a violenta guerra entre o Sudão e separatistas do sul, hoje Sudão do Sul. Conseguiu se refugiar no campo Kakuma, Quênia, um dos maiores do mundo, e local onde encontrou o atletismo. De acordo com seus relatos, sabia que tinha uma inclinação natural para correr, mas quando foi vista competindo por treinadores internacionais, entendeu o quão veloz ela era. Acabou sendo uma das crianças selecionadas no campo para treinar em Nairobi, na escola de atletismo de Tegla Laroupe, uma das maiores atletas do Quênia. Se a vida de Anjelina deu um salto nos últimos anos, o mesmo não pode ser dito de sua terra natal. Mergulhado em uma guerra separatista por anos, o Sudão do Sul não encontrou a paz mesmo depois da sua independência e vive agora um conflito para determinar quem será o seu líder. Desde dezembro de 2013, quando a guerra civil se iniciou depois da independência, mais de 50 mil pessoas morreram no Sudão do Sul e 1,6 milhão se deslocaram internamente. Anjelina tem pouco contato com seus pais, que ainda vivem no país. Sabe apenas que lutam para sobreviver em meio a fome e a grave crise humanitária que se instalou na região em decorrência de anos de instabilidades. São eles a sua maior motivação para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Mas os colegas refugiados também estão nos seus pensamentos. Em declaração à equipe da Rio 2016, disse que deseja ser vista por outras pessoas nesta situação como inspiração. “Eles vão se encorajar e ver que podem competir”, pontuou. Ela uma dos cinco atletas do Sudão do Sul que fazem parte da equipe dos refugiados, a primeira da história a marcar presença em uma Olímpiada. Juntam-se a ela James Nyang Chiengjiek, 28 anos, Paulo Lokoro, 24 anos, Yiech Biel, 21 anos, Rose Lakonyen, 23 anos. Todos fugiram dos conflitos no país e conseguiram refúgio no Quênia. Competem no atletismo.
País: República Democrática do Congo
Esporte: judô O mundo se recuperava dos horrores do genocídio em Ruanda quando a região de Bukavu, que fica na República Democrática do Congo, na fronteira com território ruandês quando a Primeira Guerra do Congo eclodiu em 1996. O país mergulhou então em um período de tensão e mais conflitos armados no que ficou conhecido “Guerra Mundial da África” pela sua extensão, número de atores envolvidos e violência até as negociações de paz em 2003. Estima-se que o período tenha deixado mais de seis milhões de mortos e dois milhões de deslocados internos. É o conflito mais mortal registrado no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. A judoca Yolande, hoje com 28 anos, tem poucas memórias dessa época que marcou a sua separação da família enquanto corria sozinha por um local que tampouco lembra o que era e até ser salva por um helicóptero que mais tarde a levaria para um orfanato em Kinshasa, capital do país. Lá, começou a praticar o judô e não parou mais. A vida não foi fácil. Embora tenha encontrado relativa segurança na capital, sofreu abusos físicos e psicológicos por parte de seu treinador. Quando competia fora do país, ficava sem comida e tinha o seu passaporte confiscado. Em 2013, durante o mundial no Rio de Janeiro, disse basta. Abandonou o hotel, deixou tudo para trás e viveu nas ruas da cidade até encontrar ajuda na Cáritas Diocesana, entidade da Igreja Católica que acolhe refugiados. Depois de obtido o registro de refugiada, passou a treinar no Brasil até finalmente conseguir entrar na equipe formada por pessoas com esse status para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Outro congolês que faz parte desta equipe é Popole Misenga. Assim como Yolande, ele também decidiu buscar proteção no Brasil depois dos abusos sofridos nas mãos do treinador e treina na escola do ex-judoca brasileiro Flavio Canto.
Esporte: judô O mundo se recuperava dos horrores do genocídio em Ruanda quando a região de Bukavu, que fica na República Democrática do Congo, na fronteira com território ruandês quando a Primeira Guerra do Congo eclodiu em 1996. O país mergulhou então em um período de tensão e mais conflitos armados no que ficou conhecido “Guerra Mundial da África” pela sua extensão, número de atores envolvidos e violência até as negociações de paz em 2003. Estima-se que o período tenha deixado mais de seis milhões de mortos e dois milhões de deslocados internos. É o conflito mais mortal registrado no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. A judoca Yolande, hoje com 28 anos, tem poucas memórias dessa época que marcou a sua separação da família enquanto corria sozinha por um local que tampouco lembra o que era e até ser salva por um helicóptero que mais tarde a levaria para um orfanato em Kinshasa, capital do país. Lá, começou a praticar o judô e não parou mais. A vida não foi fácil. Embora tenha encontrado relativa segurança na capital, sofreu abusos físicos e psicológicos por parte de seu treinador. Quando competia fora do país, ficava sem comida e tinha o seu passaporte confiscado. Em 2013, durante o mundial no Rio de Janeiro, disse basta. Abandonou o hotel, deixou tudo para trás e viveu nas ruas da cidade até encontrar ajuda na Cáritas Diocesana, entidade da Igreja Católica que acolhe refugiados. Depois de obtido o registro de refugiada, passou a treinar no Brasil até finalmente conseguir entrar na equipe formada por pessoas com esse status para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Outro congolês que faz parte desta equipe é Popole Misenga. Assim como Yolande, ele também decidiu buscar proteção no Brasil depois dos abusos sofridos nas mãos do treinador e treina na escola do ex-judoca brasileiro Flavio Canto.
País: Egito
Esporte: vôlei de praia
Aos 19 anos, Doaa veio ao Brasil para disputar a sua primeira olimpíada pelo Egito. A jogadora de vôlei de praia surpreendeu ao fazer história e jogar usando o hijab, vestimenta islâmica. Ela é parte da primeira dupla feminina egípcia a competir em uma Olimpíada. Esse movimento, lembrou o jornal britânico The Telegraph, só foi possível depois que a Federação Internacional flexibilizou as regras sobre uniformes depois dos Jogos de Londres. Essa nova regulamentação permitiu um acesso maior ao esporte por pessoas de países onde os biquínis não são populares. Como resultado, 169 países passaram a se envolver nas competições contra 143 em 2012. A foto de Doaa de hijab em plena praia rodou o mundo, especialmente depois da partida contra uma dupla da Alemanha, e trouxe à tona os contrastes entre as diferentes culturas. Para a atleta, a vestimenta não é nenhum problema. “Uso há dez anos”, disse em entrevista coletiva, “estou muito feliz pela FIVB ter me dado o direito de competir de hijab”.
Esporte: vôlei de praia
Aos 19 anos, Doaa veio ao Brasil para disputar a sua primeira olimpíada pelo Egito. A jogadora de vôlei de praia surpreendeu ao fazer história e jogar usando o hijab, vestimenta islâmica. Ela é parte da primeira dupla feminina egípcia a competir em uma Olimpíada. Esse movimento, lembrou o jornal britânico The Telegraph, só foi possível depois que a Federação Internacional flexibilizou as regras sobre uniformes depois dos Jogos de Londres. Essa nova regulamentação permitiu um acesso maior ao esporte por pessoas de países onde os biquínis não são populares. Como resultado, 169 países passaram a se envolver nas competições contra 143 em 2012. A foto de Doaa de hijab em plena praia rodou o mundo, especialmente depois da partida contra uma dupla da Alemanha, e trouxe à tona os contrastes entre as diferentes culturas. Para a atleta, a vestimenta não é nenhum problema. “Uso há dez anos”, disse em entrevista coletiva, “estou muito feliz pela FIVB ter me dado o direito de competir de hijab”.
País: Etiópia
Esporte: Atletismo
Kinde nasceu na Etiópia em 1980 e vive em Luxemburgo há quatro anos, com proteção especial adquirida em 2013. Lá, trabalha como taxista para conseguir se manter e treinar. Desde então, acumula vitórias em competições por toda a Europa e conseguiu reservar o seu lugar na equipe de refugiados da Rio 2016.Segundo seu treinador, se fosse cidadão do país, teria facilmente conseguido a vaga na delegação de Luxemburgo. Sobre seu passado na Etiópia, ele é reservado. Ao COI, relatou apenas que a vida em sua terra natal era muito perigosa para ele. “Deixei meu país por com problemas políticos. Há muitas dificuldades, morais e econômicas, e é difícil ser atleta”, explicou. A Etiópia é o país independente mais antigo da África e sempre esteve imerso em um contexto de instabilidades políticas e pobreza, isso sem falar da violência da guerra com a Eritreia. As liberdades são extremamente restritas e o governo controla a imprensa com rigidez.
Esporte: Atletismo
Kinde nasceu na Etiópia em 1980 e vive em Luxemburgo há quatro anos, com proteção especial adquirida em 2013. Lá, trabalha como taxista para conseguir se manter e treinar. Desde então, acumula vitórias em competições por toda a Europa e conseguiu reservar o seu lugar na equipe de refugiados da Rio 2016.Segundo seu treinador, se fosse cidadão do país, teria facilmente conseguido a vaga na delegação de Luxemburgo. Sobre seu passado na Etiópia, ele é reservado. Ao COI, relatou apenas que a vida em sua terra natal era muito perigosa para ele. “Deixei meu país por com problemas políticos. Há muitas dificuldades, morais e econômicas, e é difícil ser atleta”, explicou. A Etiópia é o país independente mais antigo da África e sempre esteve imerso em um contexto de instabilidades políticas e pobreza, isso sem falar da violência da guerra com a Eritreia. As liberdades são extremamente restritas e o governo controla a imprensa com rigidez.
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