Mundo

A exemplo do Brasil, Uruguai reclama de restrições da Argentina

Assunto foi tema da reunião entre os presidentes Dilma Rousseff e José Pepe Mujica

O Uruguai reclama de prejuízos causados pela proibição à entrada, neste ano, de achocolatados para a Páscoa e lácteos (Roberto Stuckert Filho/PR)

O Uruguai reclama de prejuízos causados pela proibição à entrada, neste ano, de achocolatados para a Páscoa e lácteos (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2011 às 07h24.

Brasília – O impasse entre o Brasil e a Argentina sobre a concessão de licenças não automáticas para a venda de automóveis e autopeças deve ser resolvido no âmbito de negociações multilaterais, tendo como mediador o Mercosul. A recomendação é do embaixador do Uruguai em Brasília, Carlos Amorín. Ele disse à Agência Brasil que os uruguaios vivem controvérsia semelhante com os argentinos, envolvendo também o setor aumotivo e alguns tipos de alimentos.

“Todos os problemas envolvendo os membros do Mercosul devem ser resolvidos multilateralmente. Essa é a compreensão do governo do Uruguai [do presidente José Pepe Mujica]. Entendemos também que pequenos atritos são normais, mas é necessário buscar solução para tudo isso”, afirmou Amorín.

As restrições impostas pelos argentinos aos produtos brasileiros e uruguaios foram tema da reunião, no último dia 30, dos presidentes Dilma Rousseff e Mujica, em Montevidéu. A exemplo do Brasil, o Uruguai reclama de prejuízos causados pela proibição à entrada, neste ano, de achocolatados para a Páscoa e lácteos.

Independentemente do conselho do governo Mujica, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, Fernando Pimentel, e a ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, reúnem-se hoje (2), às 11h30, em Brasília, para buscar um consenso que acabe com a controvérsia. Na semana passada, assessores dos dois governos definiram a realização de reuniões mensais para tentar resolver as divergências.

No começo de maio, o MDIC anunciou a suspensão da concessão de licenças não automáticas. De acordo com técnicos do ministério, a decisão foi motivada pela ação dos argentinos que resolveram adotar regra semelhante para os produtos do Brasil.

Os empresários brasileiros reclamam da retenção nas alfândegas. Com isso, o prejuízo é imediato em relação a alguns produtos, como os alimentos cuja validade vence rápido, enquanto outros sofrem com a concorrência interna, como calçados e pneus. Alguns prazos ultrapassam o limite máximo de 60 dias. Atualmente, produtos de 600 setores estão fora da licença automática na Argentina.

Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, o comércio entre a Argentina e o Brasil envolveu cerca de US$ 11,5 bilhões. Em 2010, o comércio bilateral movimentou mais de US$ 32,9 bilhões, com superávit de US$ 4 bilhões para o Brasil.

No último dia 26, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou que a controvérsia com a Argentina atinja as relações diplomáticas e políticas com o país vizinho. Segundo ele, é “natural” o surgimento de impasse entre parceiros econômicos que mantêm relações comerciais tão intensas como brasileiros e argentinos. De acordo com Patriota, norte-americanos e europeus constantemente envolvem-se em divergências comerciais.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaComércioComércio exteriorDados de BrasilUruguai

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem