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800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, alerta OMS

Os números continuam alarmantes, mas a taxa de suicídio per capita caiu; a região das Américas foi a única que registrou um aumento

Suicídio: parte do declínio da taxa mundial se deve ao fato de mais países terem estratégias de prevenção (kieferpix/Getty Images)

Suicídio: parte do declínio da taxa mundial se deve ao fato de mais países terem estratégias de prevenção (kieferpix/Getty Images)

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AFP

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 10h07.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 10h09.

Com 800.000 pessoas que acabam com suas vidas todos os anos no mundo — uma a cada 40 segundos — os números continuam alarmantes, embora a taxa de suicídio per capita esteja caindo, informou a OMS nesta segunda-feira (9).

Em um relatório publicado um dia antes do Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que entre 2010 e 2016, a taxa global caiu 9,8%, com quedas que vão de 19,6% na região do Pacífico Ocidental a 4,2% na região do Sudeste Asiático.

A região das Américas — onde o acesso a armas de fogo é um importante meio de suicídio, segundo a OMS — é a única que registrou um aumento (+6%).

Parte do declínio da taxa mundial se deve ao fato de mais países terem estratégias de prevenção.

"Apesar do progresso, ainda há uma morte por suicídio a cada 40 segundos", a mesma frequência que a indicada em 2014, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

A grande maioria dos suicídios ocorre em países de baixa e média renda, mas os países de alta renda têm a maior taxa de suicídio (11,5 por 100.000 habitantes).

As taxas de suicídio na África, Europa e Sudeste Asiático estão acima da média mundial de 10,5 por 100.000 habitantes, enquanto a região do Mediterrâneo Oriental tem a taxa mais baixa.

Guiana e Rússia

De acordo com comparações internacionais, a Guiana, antiga colônia britânica entre Venezuela e Suriname, é o país com a maior taxa de suicídio per capita (30,2 por 100.000), com um alto número de ingestão de pesticidas.

Depois vem a Rússia, onde o excesso de álcool é responsável pela alta taxa de suicídios.

Entre os outros países com altas taxas estão Lituânia, Lesoto, Uganda, Sri Lanka, Coreia do Sul, Índia e Japão.

Na França, a taxa é de 12,1 por 100.000 habitantes. Por gênero, é de 6,5 por 100.000 mulheres e 17,9 por 100.000 homens.

Essa diferença importante entre homens e mulheres é vista em todo o mundo, com poucas exceções como na China (8,3 por 100.000 mulheres e 7,9 por 100.000 homens).

Essa diferença de gênero é geralmente maior nos países ricos.

Os métodos mais comuns de suicídio são enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo.

Segundo a OMS, a redução do acesso a pesticidas pode reduzir as taxas de suicídio, como demonstraram as iniciativas no Sri Lanka e na Coreia do Sul.

No Sri Lanka, uma série de proibições de pesticidas resultou em uma queda de 70% no número de suicídios, salvando 93.000 pessoas entre 1995 e 2015, segundo a OMS.

No geral, pouco mais da metade de todas as pessoas que cometem suicídio têm menos de 45 anos. Entre a faixa etária de 15-24 anos, o suicídio é a segunda principal causa de morte, depois dos traumas causados por acidentes rodoviários.

A OMS está realizando uma campanha de um mês sobre a prevenção do suicídio. Nesta ocasião, a organização publicará uma brochura com recomendações para cineastas e criadores de séries de televisão.

Segundo Alexandra Fleischmann, especialista científica da OMS, estudos mostram que "pessoas vulneráveis imitam" suicídios quando são mostrados em detalhes nas telas.

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