Mundo

8 mil são afetados por greve em companhia aérea uruguaia

A greve começou às 21h30 de ontem (mesmo horário de Brasília) e está previsto que se estenda até as 18h de quinta-feira

Bandeira do Uruguai: A greve causou mal-estar no governo e por isso os ministros Pintado e Fernando Lorenzo, de Economia e Finanças (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

Bandeira do Uruguai: A greve causou mal-estar no governo e por isso os ministros Pintado e Fernando Lorenzo, de Economia e Finanças (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 14h15.

Montevidéu - A greve de funcionários da companhia aérea uruguaia Pluna, que enfrenta dificuldades econômicas, afeta cerca de 8 mil passageiros devido ao cancelamento dos voos com destino e origem no Brasil, na Argentina, no Chile e no Paraguai, informaram fontes da empresa nesta quarta-feira.

A greve começou às 21h30 de ontem (mesmo horário de Brasília) e está previsto que se estenda até as 18h de quinta-feira, embora a empresa tenha decidido cancelar os voos até as 12h da sexta-feira para evitar "maiores incômodos" aos passageiros.

Cerca de 100 voos da Pluna de Montevidéu para Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Buenos Aires, Assunção, Córdoba, e Santiago do Chile foram cancelados, o que levou a um prejuízo de aproximadamente R$ 2,438 milhões para a empresa.

A Pluna definiu que os passageiros que já haviam comprado passagens poderiam utilizá-las em outras companhias, de acordo com a capacidade disponível, ou reprogramar suas viagens para outras datas, acrescentaram as fontes.

No aeroporto de Montevidéu foi confirmado à Agência Efe que os voos da Pluna previstos para a manhã de hoje foram cancelados.

"Há passageiros embarcando em outras companhias e o resto do operacional do aeroporto está normal", detalharam os informantes.

O presidente da Pluna, Fernando Pasadores, disse que "para além" dos custos financeiros da greve "o maior problema é como isso afeta a imagem" da companhia aérea e "as dificuldades para os passageiros".


No "momento" atual da empresa, a situação "não ajuda", acrescentou o funcionário em declarações à imprensa local.

Em 15 de junho o governo uruguaio anunciou um acordo com o grupo argentino Leadgate para uma "saída ordenada" da sociedade da Pluna, na qual detinha a maioria das ações.

No mesmo anúncio, o ministro de Transporte e Obras Públicas, Enrique Pintado, informou que as autoridades procuram um novo sócio privado.

Até então, a Pluna tinha 75% de participação da Sociedad Aeronáutica Oriental (SAO), que por sua vez é propriedade da Leadgate, que detém dois terços das ações, e a companhia aérea canadense Jazz, dona de um terço, enquanto o Estado tem os 25% restantes dos papéis.

Como parte do acordo com a Jazz, que entrou no negócio em 2010, foi outorgado o prazo de um mês para que a empresa decida se comprará as ações que até o mês passado estavam nas mãos da Leadgate e, além disso, se capitalizará Pluna.

Já o sindicato de trabalhadores da Pluna tem como objetivo reivindicar às autoridades que garantam a manutenção dos 900 postos de trabalho da empresa, que atravessa dificuldades econômicas.

Para o presidente do órgão, Alberto Prego, a solução para os problemas da companhia seria o Estado capitalizá-la e voltar a ser o "sócio majoritário".

A greve causou mal-estar no governo e por isso os ministros Pintado e Fernando Lorenzo, de Economia e Finanças, decidiram cancelar um encontro com delegados sindicais da Pluna previsto para a tarde de ontem.

A companhia aérea enfrenta dificuldades econômicas e financeiras e a empresa estatal de combustíveis Ancap ameaçou há um mês cortar seu fornecimento devido à falta de pagamento de uma parcela do refinanciamento de uma dívida de R$ 37,581 milhões. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaAviõesGrevesTransportesUruguaiVeículos

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano