7 pontos de atenção nas Olimpíadas de Londres
Conheça as áreas que testarão a eficiência inglesa e os acontecimentos que podem virar marco na história dos jogos
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2012 às 10h37.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h20.
São Paulo - Além de prestar atenção na seleção brasileira de futebol para saber se dessa vez a medalha de ouro vem, vale a pena ficar de olho em outros aspectos das Olimpíadas e checar se o investimento surtiu efeito. Pelo menos 11 bilhões de libras (cerca de 30 bilhões de reais) já foram investidos nessa edição das Olimpíadas. Algumas áreas de investimento tiveram grande destaque no pré-olímpico e a cidade promete realizar o evento mais verde da história dos Jogos. Além da questão da sustentabilidade , outras áreas do evento vão colocar à prova a eficiência inglesa ou servir de marco na história dos jogos. Clique nas fotos ao lado e veja 7 pontos das Olimpíadas em que vale prestar atenção durante o evento.
Antes mesmo de a competição começar, a segurança dos jogos já foi colocada à prova. A empresa responsável, a G4S, não conseguiu recrutar toda a força de segurança necessária – mais de 13.000 pessoas. Por isso, 3,5 mil integrantes do exército britânico serão realocados para a segurança dos jogos. Detalhe: muitos acabaram de voltar do Afeganistão e outros estariam com o embarque marcado para o país. Além disso, imagens do treinamento de pessoas que farão a segurança do evento mostraram adolescentes escutando música ou dormindo durante as aulas. O plano de segurança que envolverá mais de 42 mil pessoas e o custo será de cerca de 1,2 bilhão de euros.
Os jogos de Londres têm vários projetos sustentáveis - até o típico ônibus londrino, vermelho e de dois andares, foi adaptado para gerar menos poluição e para receber melhor as pessoas com dificuldade de mobilidade. O Parque Olímpico foi construído em uma antiga zona industrial no distrito de Stratford, após a revitalização do local. Essa foi a maior descontaminação já feita no Reino Unido. O procedimento durou quatro anos e limpou 2 milhões de toneladas de solo contaminado. Apesar disso, um fator que pode prejudicar o desempenho dos atletas é a poluição. Alguns especialistas de saúde alertaram que a poluição durante o verão poderia prejudicar o desempenho e a saúde dos esportistas.
Pela primeira vez as equipe da Arábia Saudita, Catar e Brunei levarão mulheres para os jogos. Esse feito não é pequeno, tendo em vista que na Arábia Saudita, por exemplo, as mulheres não têm muito acesso a esportes – nem na educação física das escolas – e, pelo visto, continuarão longe deles, segundo a Human Rights Watch. Para a ONG, negar às mulheres a chance de competir viola os princípios do Comitê Olímpico Internacional, que defende que a prática de esportes é um direito humano e todo indivíduo deve ter a possibilidade de praticar esportes, sem nenhum tipo de discriminação. A atiradora Bahiya al-Hamad, do Catar, vai levar a bandeira do país na cerimônia de abertura dos jogos. Nos Estados Unidos, pela primeira vez, as mulheres serão a maioria na delegação do país.
A cidade que é exemplo mundial pelo metrô eficiente e iniciativas inovadoras no trânsito sofre com um de seus principais trunfos. Dois dias antes da abertura oficial dos jogos, algumas das principais linhas de metrô apresentaram problemas nos horários de pico. Fora dos trilhos, nessa semana, os taxistas protestaram contra a decisão de afastá-los de parte de uma rede de rodovias reservadas para atletas olímpicos. A preocupação deles é ficarem presos em congestionamentos e perderem dinheiro. Além disso, as 8.000 bicicletas disponíveis em Londres por meio de um sistema público de aluguel não poderão circular no local dos jogos – por serem patrocinadas por um banco concorrente do patrocinador do evento.
A greve de 24 horas dos funcionários da imigração, incluindo do aeroporto de Heathrow, em Londres, na véspera dos jogos, foi cancelada nessa quarta-feira, pouco antes de a paralisação começar. De toda forma, fica a sensação já conhecida pelos brasileiros que dependem dos aeroportos do país antes dos feriados de final de ano – greves podem surgir no horizonte e sumir mais rápido do que Usain Bolt.
A segurança dos jogos até pode estar um pouco desorganizada, mas os manifestantes, não. Os motivos para protestar vão desde os gastos elevados com os jogos em um período de crise no continente até o patrocínio da Dow Chemical. Uma ação já foi marcada para esse sábado. A organização “Our Olympics”, por exemplo, acredita que a Olimpíada de Londres é um evento de 11 bilhões de libras pago pelos impostos dos contribuintes ingleses que serve como propaganda para algumas das piores corporações do mundo. “É tempo para nos unirmos e fazer de Londres 2012 o maior ato de desobediência civil não violenta de nosso tempo”, informa a organização, em seu site.
Deixando o esporte um pouco de lado, no segundo trimestre desse ano, a economia britânica encolheu 0,7% - seguindo as quedas de 0,3% no primeiro trimestre e de 0,4% no último de 2011. O que esses números têm a ver com as Olimpíadas? Há analistas que esperam uma recuperação econômica em decorrência dos Jogos, mas esse não é o caso da Moody’s. Em maio, um relatório da Moody’s informou que as Olimpíadas não dariam um grande impulso para a economia do Reino Unido e que o impacto dos investimentos em infraestrutura no PIB do Reino Unido possivelmente já teriam sido sentidos. “Esperamos que o impacto das Olimpíadas no Reino Unido será positivo, mas muito menor do que o número de visitantes poderia sugerir”, afirma o relatório da Moody’s. Somente um tempo depois dos jogos será possível saber quem estava certo. Vale lembrar que parte do problema grego atual deve-se em parte aos elevados gastos para a realização dos jogos de Atenas, em 2004.
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