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6 pontos para entender o 1º dia de apuração dos Estados Unidos

Com reviravoltas e poucas certezas, os americanos têm mais uma noite recheada de indecisões

Trump e Biden: as principais notícias do primeiro dia de apuração das eleições (SAUL LOEB e Brendan Smialowski/AFP)

Trump e Biden: as principais notícias do primeiro dia de apuração das eleições (SAUL LOEB e Brendan Smialowski/AFP)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 05h34.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 05h48.

Começou na noite desta terça-feira, 3, e na madrugada desta quarta-feira, 4, a apuração dos votos para as eleições dos Estados Unidos. Com reviravoltas e poucas certezas, os americanos têm mais uma noite recheada de indecisões --- apesar de o republicano Donald Trump ter uma certa vantagem, o democrata Joe Biden segue no rastro na votação que deve ser a maior da história do país.

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Para entender melhor o que aconteceu, confira abaixo cinco pontos essenciais para entender o primeiro dia de apuração dos Estados Unidos:

1. O cenário para um segundo dia

O cenário das eleições americanas ainda é incerto. Apesar de Trump ter levado a Flórida, outros estados ainda podem alterar totalmente o curso das eleições. Para um presidente ser eleito, é preciso que ele tenha 270 votos do colégio eleitoral --- até o momento da publicação desta matéria, às 5h20, Biden tinha 227 votos e Trump 213 votos.

2. Os swing states

Estes são os estados com apuração mais avançada nesta quarta. Trump começou com liderança folgada na Flórida, enquanto Biden venceu no Arizona.

– Flórida (96% dos votos apurados): Trump lidera com 51,2% a 47,8%. A Flórida é o estado mais importante da noite. Os resultados frustraram as expectativas que os democratas tinham esperança de ganhar.

– Geórgia (81% dos votos): Trump lidera com 50,5% a 48,3%. A vantagem do presidente diminuiu nas últimas horas e os democratas colocam sua esperança nos votos de grandes cidades que ainda serão contados, com 92% das urnas apuradas.

– Carolina do Norte (95% dos votos): Trump lidera com 50,1% a 48,7%. Votos pelo correio que chegarem nos próximos dias ainda serão aceitos, o que pode atrasar o fim da apuração caso o resultado seja apertado.

– Arizona (82% dos votos): Biden lidera com 51,8% a 46,8%. A vitória foi a maior para o democrata desde o começo da apuração.

3. Discursos dos candidatos

A madrugada de quarta também foi recheada de discursos feitos pelos candidatos. Biden foi o primeiro, com uma fala moderada e pedindo "esperança para seus eleitores", dizendo que "tinha fé" de que as eleições ainda podiam ser vencidas pelos democratas, logo após o anúncio de que Trump havia vencido na Flórida --- um dos estados chave para as votações. Por outro lado, Trump teve um discurso mais inflamado, afirmando, sem provas, que "venceu a eleição" e que irá à Suprema Corte para impedir que votos sejam contados após a data da eleição. Alguns estados ainda receberão votos enviados por correio no decorrer dos próximos dias.

É importante frisar que as eleições ainda não acabaram e que o que está acontecendo é a contagem de votos válidos nos estados, não uma fraude como afirmou o presidente.

4. Informação questionável

Antes do discurso, Trump tuitou que "os democratas estão tentando roubar as eleições" e que "não deixaria que eles façam isso". O tuite foi marcado como questionável pelo Twitter, que colocou um aviso antes da publicação. Segundo a rede social, o tuite do presidente "poderia conter desinformação".

5. Oregon descriminaliza drogas mais pesadas que maconha

Em um referendo realizado junto das eleições presidenciais, o estado do Oregon descriminalizou pequenas quantidade de cocaína, heroína, metanfetamina e outras drogas, como os chamados “cogumelos mágicos”, para pessoas com mais de 21 anos.

Nova Jersey e Arizona legalizaram o uso recreacional de maconha recreacional.

6. Saída do Acordo de Paris

Em meio a apuração, Trump oficializou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.

O acordo foi assinado em dezembro de 2015 (quando Barack Obama ainda era o presidente do país) e desenhou objetivos para que os países diminuíssem as emissões que contribuem para o aquecimento global, diminuindo a previsão de 2ºC para 1,5ºC. Anualmente, os países mais ricos, como os Estados Unidos, deveriam financiar 100 bilhões de anos para o cumprimento dos compromissos.

Em 4 de novembro 2019, os Estados Unidos notificaram a saída do acordo a Organização das Nações Unidas (ONU), marcando de vez a saída do pacto global para combater as mudanças climáticas. Mas a decisão já estava sendo desenhada desde 2017 — e a saída foi uma das primeiras mudanças sugeridas pelo governo Trump.

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