EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2012 às 21h24.
Beirute - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou nesta sexta-feira que desde o final de junho aumentou em 6 mil o número de refugiados sírios no Líbano, cuja fronteira foi muito transitada na última semana por causa do aumento da violência na Síria.
Em comunicado, o Acnur disse que milhares de refugiados sírios cruzaram o posto fronteiriço de Masna após o aumento dos confrontos em Damasco entre os rebeldes e o Exército, embora um bom número já tenha retornado ao país.
Atualmente, o Alto Comissariado oferece, junto com o Governo libanês e várias ONGs, assistência e proteção a mais de 34 mil deslocados sírios, dos quais 31.596 estão registrados, o que representa um aumento de 6 mil pessoas desde o fim do mês passado.
Os refugiados afirmam que permanecerão no Líbano por várias semanas e que retornarão à Síria apenas quando a situação nas áreas onde vivem estiver estabilizada, de acordo com as entrevistas feitas pelo Acnur com os recém-chegados.
Só na semana passada, das aproximadamente 11 mil pessoas que cruzaram a fronteira, cerca de 4 mil retornaram à Síria no mesmo período.
O Líbano se opõe à instalação de campos de refugiados sírios em seu território, com o argumento de querer se manter afastado do conflito no país vizinho, por isso a maioria dos deslocados vive em casas de familiares, colégios ou em imõveis alugados, em situação precária devido à pouca ajuda recebida.
Para melhorar a situação, a União Europeia destinou 5 milhões de euro adicionais - já tinha doado 7,5 milhões - para sanar as necessidades dos refugiados e das comunidades de acolhimento libanesas, informou nesta sexta-feira a delegação do grupo no Líbano.
Em comunicado, a UE disse que o fluxo de sírios reduziu os recursos já limitados de algumas comunidades desfavorecidas do Líbano, que ajudarão a melhorar seus padrões de vida.
A maioria da população síria que se refugiou no país vizinho está concentrada no norte e no leste do país e uma minoria nas outras regiões libanesas.
Desde março de 2011, início da repressão do regime sírio de Bashar al Assad contra a oposição e os civis, mais de 15 mil pessoas morreram e outras milhares foram para os vizinhos Líbano e Turquia, além dos mais de 1 milhão de deslocados internos.