Funerais "verdes" e outros 4 ecolances sobre o Reino Unido
Dos funerais ecológicos à maior ponte solar do mundo, confira características verdes do país-sede das Olimpíadas 2012
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h19.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h20.
O Reino Unido já conta com mais de 200 áreas específicas para enterros verdes, e a procura por essa alternativa vem ganhando adeptos com força - entre 2009 e 2010, o setor cresceu 40%. Atualmente, cerca de 260 empresas realizam a cerimônia que acontece em áreas cercadas de natureza, sem utilizar campanas de cimento. Os caixões em geral são feitos de um material biodegradável (como casca de banana ou bambu), e a preparação do corpo dispensa produtos químicos, como formol, que podem atrapalhar o trabalho dos microrganismos no processo de decomposição. Para marcar o lugar do túmulo, muitos optam por plantar árvores ao invés de usar lápides.
Londres está a meio caminho de completar a maior ponte solar do mundo. No começo de julho, a cidade concluiu ontem a instalação de metade dos 4,4 mil paineis fotovoltaicos que vão cobrir a centenária estação ferroviária Blackfriars, um histórico símbolo da capital inglesa, sobre o Rio Tâmisa. Até dezembro, a estação deverá estar totalmente pronta e operante. Ao final, serão seis mil metros quadrados de teto solar, o maior do mundo, capaz de produzir 900 mil kWh anualmente. A geração alternativa será suficiente para abastecer 50% da demanda energética da estação, o que vai evitar a emissão de 511 toneladas de CO2 na atmosfera.
Segundo relatório elaborado pela consultoria Cleantech e pelo grupo WWF, o Reino Unido está entre os 10 países do mundo que mais apostam na criação e inovação em tecnologia verde e que também possuem clima estimulante para empresas do meio, seja por políticas públicas ou financiamento privado. No setor de eólica, é campeão em instalações off-shore. O país promete inspirar o Brasil e o mundo com as soluções ambientais que implementou para a construção do seu Parque Olímpico. Na lista entram projetos de descontaminação de solo, arenas totalmente recicláveis e um sistema moderno de transporte elétrico nas intermediações do principal aeroporto de Londres.
Atenta às consequências das mudanças climáticas, a Inglaterra aprovou a construção de uma casa anfíbio capaz de resistir às enchentes. Primeiro projeto deste tipo a receber autorização do governo inglês, a casa de 225 metros quadrados de área está sendo construída a apenas 10m da margem do rio Tâmisa, em Male, no condado de Buckinghamshire. Desenvolvida pela firma de arquitetura britânica Baca, ela será erguida em bases fixas, como um edifício convencional, mas em caso de inundações na região, a casa será capaz de levantar e flutuar, mantendo a salvo seus ocupantes. Com um valor estimado em 1,5 milhões de libras, a casa anfíbio custa cerca de 20% a 25% a mais do que uma construção convencional e de tamanho similar.
Um estudo do Imazon e do Proforest mostra que o Reino Unido é uma das 11 nações no mundo com as legislações mais rígidas quando o assunto é meio ambiente. Com raras exceções, é ilegal derrubar árvores sem a aprovação prévia da Comissão Florestal e as pessoas que infringem a lei são processadas e multadas. A conversão da floresta para a agricultura não é permitida, exceto em circunstâncias excepcionais. Sua conversão para infraestrutura apenas é permitida quando tiver sido demonstrado que não há alternativa razoáveis. Desde 1950 há um forte apoio do governo para incentivar proprietários de terras a plantar florestas. A grande maioria dos proprietários privados de florestas do Reino Unido recebe subsídios para alguns aspectos do manejo florestal. No início, esses subsídios focavam na recriação de estoques madeireiros e na produtividade comercial. Recentemente, o foco mudou para a conservação da biodiversidade, acesso e restauração da paisagem.
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