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49 pessoas prestam depoimento sobre caso Odebrecht na Argentina

Entre os intimados estão o primo do presidente Macri e membros do governo Kirchner, todos acusados de terem recebido propina para a concessão de obras

Odebrecht: a empresa já admitiu ter pagado cerca de US$ 35 milhões em propinas na Argentina (Mariana Bazo/Reuters)

Odebrecht: a empresa já admitiu ter pagado cerca de US$ 35 milhões em propinas na Argentina (Mariana Bazo/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de abril de 2018 às 15h36.

Buenos Aires - Um juiz argentino intimou nesta sexta-feira a prestar depoimento como acusados membros do alto escalão do governo de Cristina Kirchner (2007-2015) e empresários, entre eles Ángelo Calcaterra, primo do atual presidente, Mauricio Macri, em um dos processos que investigam a concessão de obras à empreiteira brasileira Odebrecht.

O juiz Marcelo Martínez de Giorgi convocou 49 pessoas, entre elas o ex-ministro de Planejamento Federal Julio de Vido e o ex-secretário de Obras Públicas José López, ambos no cargo entre 2003 e 2015 e já em prisão preventiva por outros casos de corrupção.

O processo, que estuda o suposto pagamento de propina por parte de empresas a funcionários públicos para a concessão das obras para a modernização da ferrovia Sarmiento de Buenos Aires, o magistrado também intimou diversos empresários locais e da construtora brasileira.

Os depoimentos começarão no próximo dia 6 de junho com De Vido (já processado por supostamente ter favorecido a Odebrecht em contratos para a ampliação de dois gasodutos) e estenderão até outubro.

O juiz afirma em sua decisão que as provas no caso "permitem sustentar o estado de suspeita instaurado em torno dos fatos ocorridos em relação ao processo licitatório em questão, que estão vinculados de maneira direta com os pagamentos efetuados por parte das empresas" a funcionários públicos.

Calcaterra, primo de Macri e ex-dono da construtora IECSA, chegou em março de 2017 a um acordo para a venda da companhia ao empresário Marcelo Mindlin.

O projeto da ferrovia Sarmiento está sendo investigado pela justiça argentina desde que no início do ano passado o jornal "La Nación" divulgou informações sobre supostas transferências que aconteceram menos de um mês depois do início das obras.

Em dezembro de 2016, a Odebrecht admitiu ter pagado cerca de US$ 35 milhões em propinas na Argentina.

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