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3ª votação para presidente da Itália termina sem definição

Nenhum dos candidatos conseguiu nesta sexta-feira a maioria de dois terços necessária para se eleger presidente do país


	Parlamento italiano em votação: a rodada terminou sem um vencedor, como estava previsto, devido ao desacordo que reina entre os partidos
 (Alberto Pizzoli/AFP)

Parlamento italiano em votação: a rodada terminou sem um vencedor, como estava previsto, devido ao desacordo que reina entre os partidos (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2013 às 09h53.

Roma - Nenhum dos candidatos conseguiu nesta sexta-feira, na terceira votação no Parlamento da Itália, a maioria de dois terços necessária para se eleger presidente do país e suceder Giorgio Napolitano, cujo mandato termina no dia 15 de maio.

Dos 1.007 eleitores que têm direito a participar da votação, que ocorre em sigilo, 250 apoiaram o jurista Stefano Rodotà; 34 votaram no ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema; 22 no também ex-chefe de Governo Romano Prodi, e 465 cédulas ficaram em branco, enquanto as demais tiveram outros candidatos como escolhidos.

A rodada terminou sem um vencedor, como estava previsto, devido ao desacordo que reina entre os partidos, sobretudo depois da mudança de estratégia do Partido Democrata (PD), que hoje designou seu novo candidato, o ex-primeiro-ministro Romano Prodi, para o lugar do ex-sindicalista Franco Marini.

Por causa da impossibilidade de obtenção da maioria de dois terços (672 votos), muitos optaram por votar em branco, com as atenções voltadas já para a quarta votação, a partir da qual o número de votos requerido para ser designado chefe de Estado é o da maioria simples (504 votos).

A decisão do PD de optar por Prodi foi adotada após fracassos nos escrutínios de ontem e a fim de reconstruir a união dentro do partido, que tinha rachado com a designação de Marini como candidato de forma pactuada com o 'grande rival', o conservador Povo da Liberdade (PdL), de Silvio Berlusconi.


Com este movimento, o PD mudou os equilíbrios até agora pactuados, abrindo novos cenários para as demais legendas, já que o PdL e seus aliados da Liga Norte rejeitam apoiar Prodi, 'besta negra' de Berlusconi, a quem derrotou no passado em disputa para primeiro-ministro.

Os seguidores de Berlusconi se mostraram dispostos a votar na atual ministra de Interior, Annamaria Cancellieri, proposta de última hora para a quarta rodada pelo partido Escolha Cívica, do primeiro-ministro interino Mario Monti, que até agora tinha apoiado Marini. Contudo, o PdL convocou uma reunião de seus líderes para designar sua linha de ação visando a quarta votação.

Neste constante morde e assopra e contínuos movimentos entre os partidos para conquistar a chefia de Estado, os únicos que, por enquanto, continuam firmes em suas intenções são os membros do Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante Beppe Grillo, que desde o início apoiam seu próprio candidato, o jurista Stefano Rodotà.

O partido reiterou sua intenção de votar na terceira e na quarta votações em Rodotà, eleito candidato em uma espécie de 'primárias' das quais participaram os militantes do partido através da internet.

O PD conta com 430 eleitores, e contando com seus aliados do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL), que rejeitou Marini, mas aceitou apoiar Prodi a partir da quarta votação, soma 496 votos.

Deste modo, o PD precisaria conseguir mais oito votos para chegar à maioria exigida a partir do próximo escrutínio. 

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