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3 pontos das primárias em Michigan que podem apontar os rumos das eleições nos EUA

Michigan é um dos principais estados para a disputa presidencial este ano e tem atraído a atenção de Kamala Harris e Donald Trump

Local de votação em Grand Rapids, Michigan (Rafael Balago/Exame)

Local de votação em Grand Rapids, Michigan (Rafael Balago/Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 14h05.

Detroit - O estado de Michigan realizou primárias na terça, 6, para definir candidatos a cargos como deputado, senador e prefeito. Os resultados podem indicar alguns dos rumos que a disputa presidencial em novembro poderá tomar.

Michigan é um dos swing states, os principais estados que estão em disputa nesta eleição. Quem vencer ali aumenta em muito suas chances de se tornar o novo presidente. Tanto que os candidatos Donald Trump e Kamala Harris fizeram comícios importantes ali recentemente. O republicano foi a Grand Rapids logo após a Convenção Republicana, em julho, e Kamala esteve em Detroit na quarta, 7, para apresentar seu candidato a vice.

1. Democrata vence em Grand Rapids, uma cidade decisiva

Em Grand Rapids, uma das cidades mais importantes para a disputa presidencial em novembro, houve o primeiro turno da eleição para prefeito. O democrata David Lagrand teve 59,8% dos votos, ante 20% da republicana Senita Lenear. Os dois disputarão o segundo turno em novembro.

Grand Rapids, que tem quase 200 mil habitantes, é governada por uma prefeita democrata, Rosalynn Bliss, desde 2016, que não pode mais disputar a reeleição. Ela endossou LaGrand, um advogado que já foi procurador-geral do condado e deputado estadual.

A cidade de Grand Rapids integra o condado de Kent, um dos mais importantes na disputa deste ano para a Presidência, e que tem votado de forma alternada: elegeu Trump em 2016 e Biden em 2020.

2. Michigan poderá definir o controle do Senado em novembro

As primárias definiram a disputa em Michigan por uma vaga em aberto no senado nacional. Mike Rogers, um republicano defensor de Trump, enfrentará a democrata Elissa Slotkin, hoje deputada federal.

Rogers, que antes foi deputado federal por Michigan, não era defensor de Trump, mas mudou de posição após os ataques de 6 de janeiro, pouco antes de o empresário deixar a Presidência.

Slotkin, atualmente deputada federal, venceu com 76% dos votos e derrotou Hill Harper, um ator que integrou a série "The Good Doctor".

A vaga do Senado que está em disputa em Michigan atualmente é de Debbie Stabenow, 74 anos, democrata que decidiu não disputar a reeleição.

Pesquisas mostram Slotkin ligeiramente à frente, mas a disputa pela vaga no Senado será apertada. O duelo poderá definir o controle da Casa.

Atualmente, os republicanos tem 49 senadores, e os democratas, 47, e há 4 independentes. Os independentes tendem a votar com os democratas, o que dá ao partido o controle, embora sem a maioria necessária para aprovar medidas de peso. A vice-presidente Kamala Harris tem direito ao voto de desempate, quando necessário.

Na eleição deste ano, estão em jogo 34 dos 100 senadores, que possuem mandato de seis anos. Destes 34, 10 estão sob controle republicano, 19 com os democratas e 4 são independentes.

Na Câmara, os republicanos tem 221 deputados, ante 213 democratas, uma vantagem de oito assentos, que também poderá ser revertida nesta eleição.

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3. Comparecimento em queda

Embora Michigan tenha adotado várias medidas para facilitar o voto antecipado e pelo correio, o comparecimento nas primárias locais foi de 25,9% do total de eleitores, o menor desde 2018. Em 2020, 32% participaram. É comum que as primárias atraiam uma participação menor do que na votação principal, mas o dado indica que menos eleitores de Michigan estão dispostos a participar das eleições neste ano.

Vale lembrar que, nos EUA, o voto não é obrigatório, e convencer o eleitor a querer sair de casa no dia da eleição é parte importante da campanha.

Do total de 2 milhões de pessoas que votaram em Michigan, 1.2 milhão votaram de forma antecipada ou pelo correio, que inclui a opção de receber a cédula em casa e depois depositá-la em urnas nas ruas.

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