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2016 de novo? Hackers russos são suspeitos de atacar campanha de Biden

A Microsoft teria alertado a campanha do democrata Joe Biden, dizem fontes ouvidas pela Reuters. A eleição presidencial americana acontece em 3 de novembro

Biden durante campanha no Michigan: em 2016, a democrata Hillary Clinton foi alvo de ataques nas redes sociais (Chip Somodevilla/Getty Images)

Biden durante campanha no Michigan: em 2016, a democrata Hillary Clinton foi alvo de ataques nas redes sociais (Chip Somodevilla/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 08h50.

Última atualização em 10 de setembro de 2020 às 10h39.

Hackers russos teriam tentado atacar comunicações da campanha do democrata Joe Biden nos Estados Unidos. Segundo fontes informaram à agência Reuters, a Microsoft alertou recentemente uma das principais figuras da campanha de Biden sobre as tentativas, que se alongaram pelos últimos dois meses.

O alvo eram funcionários da agência SKDKnickerbocker, uma consultoria de comunicação e estratégia que trabalha para Biden e para outros democratas. Uma fonte disse à Reuters que as tentativas não tiveram sucesso porque a SKDK seria "bem protegida".

Tanto a SKDK quanto a Microsoft e porta-vozes da campanha de Biden ainda não falaram oficialmente sobre o caso.

Já um porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse hoje que as acusações são "absurdas".

Biden está liderando as eleições segundo as últimas pesquisas. Em sondagem EXAME/Ideia feita nos EUA e publicada no começo do mês, o democrata tem 52% das intenções de voto, ante 44% de Trump. Biden também ganha nas costas leste e oeste, tradicionais redutos democratas, e perde no sul, onde republicanos são mais fortes.

Nos estados decisivos do meio oeste -- o que importa para a eleição americana, que não leva em conta os votos absolutos nacionais --, Biden ou vence ou empata com Trump, o que torna a eleição mais imprevisível. É o caso de lugares como Michigan, Wisconsin, Indiana e Ohio.

Possíveis tentativas de interferência russa nas eleições estão no radar desde as polêmicas do último pleito.

Em 2016, quando o presidente Donald Trump se elegeu contra a democrata Hillary Clinton, investigações concluíram que hackers russos tentaram (e conseguiram) interferir na campanha. Segundo a investigação da inteligência do Senado e chefiada pelo ex-procurador Robert Mueller, os russos que tentaram influenciar a eleição eram ligados ao governo russo, do presidente Vladimir Putin. A Rússia nega.

Além de ataques hackers, o Departamento de Justiça americano disse ainda que russos fizeram outras ações durante a campanha. Entre elas está a compra de anúncios contra Hillary no Facebook e a organização de manifestações pró-Trump usando contas falsas de e-mail e Facebook, incluindo até mesmo pagamento de quem fosse a manifestações.

Ainda não está claro se o caso com a SKDK dessa vez mirava Biden ou outros clientes da agência, que frequentemente presta serviços para o Partido Democrata. A diretora da agência, Anita Dunn, foi diretora de comunicação do presidente Barack Obama e é conselheira da campanha de Biden.

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