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121 milhões de menores não estão na escola, mostra relatório

Relatório feito pela Unesco e pelo Unicef mostra que 121 milhões de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, desistiram frequentar a escola ou sequer o fizeram


	Sala de aula: houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007
 (Wikimedia Commons)

Sala de aula: houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 18h53.

Brasília - Um relatório lançado hoje (19), em Londres, mostra que 121 milhões de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, no mundo inteiro desistiram de frequentar a escola ou sequer começaram a fazê-lo.

O documento foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e contrasta com a promessa da comunidade internacional de alcançar a Educação para Todos até 2015.

O relatório, intitulado “Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola”, mostra que houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007.

Além disso, o documento revela que 63 milhões de adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, não estão na escola. Esse número mostra que há muito mais adolescentes nessa situação do que crianças.

Enquanto uma a cada 11 crianças em idade escolar de nível primário não frequentam a escola, um em cada cinco adolescentes está na mesma situação.

De acordo com a  diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, os métodos tradicionais de ampliar o acesso à educação, baseados em mais professores, mais livros didáticos e mais salas de aula, não é mais eficaz.

Na opinião de Irina, os métodos têm que considerar formas de incluir crianças menos favorecidas.

“Precisamos de intervenções específicas para alcançar as famílias deslocadas devido a conflitos, as meninas que são forçadas a ficar em casa, as crianças com deficiências e as milhares que são obrigadas a trabalhar. Porém, essas políticas têm um custo. Este relatório serve de alerta para mobilizar os recursos necessários para garantir a educação básica para cada criança, de uma vez por todas”.

O relatório mostra também que as mais afetadas pela falta de acesso à educação são as crianças que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e aquelas que enfrentam discriminação baseada em etnia, gênero ou deficiência.

A pobreza, contudo, é o maior vilão da educação, diz o estudo. Na Nigéria, por exemplo, dois terços das crianças em áreas mais pobres não vão à escola. E 90% delas, provavelmente nunca o farão.

Os índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária.

O diretor-executivo da Unicef, Anthony Lake, enumera três prioridades de investimento em três áreas. A primeira delas é aumentar o número de crianças frequentando a escola primária; a segunda é  ajudar mais crianças, principalmente as meninas, a permanecer na escola durante todo o nível secundário; e a terceira é melhorar a qualidade da aprendizagem.

“Não deve haver discussão a respeito dessas prioridades: nós precisamos realizar as três, porque o sucesso de cada criança – e o impacto do nosso investimento em educação – depende de todas elas”, avalia Lake.

Os dados da pesquisa podem ser consultados no site da Unesco, de forma interativa (site em inglês).

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