10 previsões sobre o mundo que nossos netos vão herdar
Economista do MIT prevê quais serão as transformações sociais, políticas, tecnológicas que moldarão o mundo nos próximos 100 anos
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2012 às 18h59.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h24.
São Paulo - Como será o mundo daqui a um século? Daron Acemoglu, economista do MIT, fez um exercício para tentar prever quais serão as transformações sociais, políticas , tecnológicas que moldarão o mundo em que nossos netos e bisnetos viverão. Se as suas previsões estiverem corretas, eles viverão mais e terão trabalhos menos mecânicos. Por outro lado, a deterioração do clima e a desaceleração da globalização poderão ter consequências não tão positivas para nossos descendentes. Clique nas fotos para conhecer dez previsões feitas pelo estudioso.
A revolução dos direitos civis e políticos desencadeada nos últimos 100 anos deve continuar, mesmo que imperfeita. Mas há obstáculos para a sua expansão. De um lado, com a polarização de renda entre os americanos, os muito ricos passam a ter um poder de influência muito grande sobre a política e podem colocar em risco uma democracia que é referência global. De outro lado, a ascensão da China fortalece a ideia de que há um caminho “alternativo e autoritário” para a prosperidade.
As perspectivas para o futuro da tecnologia são boas. Mesmo com todas as inovações que marcaram o último século, ainda há muito por vir, segundo o pesquisador do MIT. De carros automáticos a robôs operários, novas tecnologias devem continuar a ser introduzidas com a mesma velocidade e com o mesmo impacto dramático na vida das pessoas.
O potencial para inovações na indústria e a pujança dos países emergentes são motivos para acreditar que o crescimento econômico não deve se esgotar nas próximas décadas, segundo o pesquisador. Apesar do otimismo, as crises em países desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos são um alerta de que há potenciais obstáculos no caminho e devem ser superadas para que a economia global tenha fôlego para continuar a crescer.
Embora não haja razões para acreditar que a desigualdade entre países ricos e pobres vá desaparecer por completo, há motivos para crer que o crescimento nos próximos 100 anos será menos desigual, segundo o pesquisador. A globalização dos processos produtivos e a demanda continua por mão de obra mais barata devem fomentar a atividade econômica em países que hoje estão na periferia do capitalismo.
Nossos netos e bisnetos viverão mais e serão mais saudáveis que nós, segundo o pesquisador. Os avanços tecnológicos permitirão a criação de drogas e vacinas mais eficazes e o acesso a esses recursos deve se espalhar mais rapidamente pelo globo.
O movimento de globalização, que ganhou força nos últimos 100 anos, deve desacelerar no próximo século. Com o encarecimento da mão de obra em países como China e Índia, o capital deve migrar com menor intensidade para essas regiões e as contratações dentro dos próprios países devem aumentar.
As guerras civis e internacionais diminuíram nos últimos 60 anos e tendência deve se consolidar nas próximas décadas, segundo o pesquisador. A revolução dos direitos e a criação de organizações dedicadas à manutenção da paz, que deram início a este movimento, devem garantir a continuidade do processo.
A juventude dos países árabes está cada vez mais consciente do autoritarismo dos regimes vigentes em seus países e disposta a demandar mudanças. Esta tendência deve ser reforçada, abrindo espaço para a luta por direitos civis e para a diminuição da interferência da religião na política.
A industrialização na China deve elevar as emissões de CO2 e agravar as mudanças climáticas. Para reverter essa tendência, serão necessários investimentos pesados em inovações em energias limpas. O perigo, alerta o pesquisador, é que a expectativa de soluções futuras para o problema faça com que os países deixem de tomar providências agora para reduzir suas emissões.