Mercados

Vacina vs. crise: a disputa seguirá impulsionando as bolsas?

Avanço do desemprego, nova onda de contágio, eleição nos EUA, instabilidade em Hong Kong: tudo fica em segundo plano com as notícias de novas vacinas

Nesta quinta-feira, os índices na Ásia também fecharam em alta -- Hong Kong subiu 2,85% e Xangai, 2,13% (REUTERS/Tyrone Siu/Reuters)

Nesta quinta-feira, os índices na Ásia também fecharam em alta -- Hong Kong subiu 2,85% e Xangai, 2,13% (REUTERS/Tyrone Siu/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 2 de julho de 2020 às 07h03.

Última atualização em 2 de julho de 2020 às 07h10.

A esperança vai seguir dominando o medo na bolsas de valores pelo mundo? Essa é uma das principais perguntas desta quinta-feira. Ontem, os índices nos Estados Unidos subiram pelo quarto dia consecutivo com a notícia no avanço das pesquisas de vacinas, como a da Pfizer que se mostrou bem sucedida nos testes. O Ibovespa também subiu com o impulso das notícias: alta de 1,21% ontem.

Nesta quinta-feira, os índices na Ásia também fecharam em alta -- Hong Kong subiu 2,85% e Xangai, 2,13%. Na Europa, as bolsas também estavam em alta até as 7h de Brasília -- o índice Stoxx 600 subia 1,22%.

As altas vêm apesar de uma quinta-feira conturbada. Segundo a agência Reuters, pela primeira vez investidores estão levando a sério a possibilidade de Donald Trump perder as eleições americanas em novembro. Trump decidiu ontem substituir o coordenador de sua campanha após as pesquisas mais recentes anunciarem o democrata Joe Biden 10 pontos à frente na média das pesquisas eleitorais.

Um dos fatores a jogar sua aprovação para baixo é o avanço da pandemia do novo coronavírus. Os Estados Unidos bateram recorde de novos casos pela quinta vez em oito dias, e chegou a 50.000 contágios anunciados ontem. O país já tem 120.000 mortos pela covid-19.

Outro dado que será analisado com lupa nesta quinta-feira é o de emprego nos Estados Unidos. O país que mais destruiu empregos na pandemia deve ter criado 3 milhões de vagas em junho, com o fim do isolamento. Mas uma segunda onda de contágio pelo país coloca dúvidas sobre uma retomada mais consistente do emprego a partir de julho.

A União Europeia divulgou hoje a taxa de desemprego para maio, e o cenário é menos volátil. Projetos de redução de jornada e de salários fizeram o desemprego aumentar de 6,4% em março para 6,6% em abril e, agora, para 7,4%. Até onde vai o desemprego por lá nos próximos meses também depende, na visão de analistas, do avanço de novas ondas de contágio durante o verão.

Outro ponto de incerteza vem da Ásia. Em Hong Kong, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a nova lei de segurança que começou a valer nesta quinta-feira. Centenas de pessoas foram presas. A nova lei foi aprovada pelo parlamento chinês e prevê julgamento sumário para casos de subverção e restringe liberdades caras as cidadãos de Hong Kong.

Segundo a consultoria Eurasia, o cerco a Hong Kong coloca a relação entre China e Estados Unidos em um "capítulo ainda mais sombrio". Apesar do cenário difícil, novas notícias de remédios e vacinas podem dar tudo que os investidores querem: motivos para seguir otimistas.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresCoronavírusHong KongMercado financeiro

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame