Ibovespa: Bolsa sobe 1,11% e volta a bater recorde após notícias positivas internas e externas (Paulo Whitaker/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 18h35.
Última atualização em 12 de dezembro de 2019 às 19h46.
São Paulo - Impactado por boas notícias internas e externas, o Ibovespa subiu 1,11% e encerrou o pregão desta quinta-feira (12) em 112.199,74 pontos. Com o resultado, a Bolsa voltou a bater o recorde de fechamento. Mais cedo, o índice também superou a maior pontuação intradiária ao alcançar 112.444,74 pontos.
Logo nas primeiras negociações do dia, o Ibovespa chegou a ganhar 700 pontos refletindo o bom humor dos mercados, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter confirmado, ontem (11), as expectativas em torno da queda da taxa Selic de 5% para 4,5% - o menor percentual da história.
Embora parte dessa redução dos juros já estivesse precificada pelo mercado, que dava como certo o corte, sua confirmação também gerou valor nas ações, segundo o estrategista da Guide Investimentos.
Além disso, outro fator inesperado ajudou a impulsionar o bom humor no mercado: a elevação do rating brasileiro, anunciada na noite de ontem, pela agência de classificação de risco Standar & Poors. “Isso estava fora do radar dos investidores”, disse Pereira. Para ele, a melhora da nota do Brasil era algo natural, “mas a velocidade surpreendeu”.
O outro empurrão veio ao longo dia, quando a agência Bloomberg noticiou que os Estados Unidos e a China, finalmente, chegaram à “fase um” do acordo comercial. De acordo com a reportagem, a Casa Branca deve divulgar um comunicado “em breve”.
Mais cedo, cinco minutos após a abertura das bolsas americanas, o presidente Donald Trump usou o twitter para sinalizar que um acordo estava próximo. Na rede social o republicano escreveu “Chegando MUITO próximo de um a GRANDE NEGÓCIO com a China. Eles querem isso, e nós também!”.
Getting VERY close to a BIG DEAL with China. They want it, and so do we!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 12, 2019
Com o acordo, a expectativa é a de que a nova rodada de tarifas programadas pelo governo americano para o próximo domingo (15) seja adiada ou até mesmo cancelada. A notícia também teve impacto positivo nos índices acionários americanos. Nesta quinta, o S&P 500 encerrou em alta de 0,86% e o Nasdaq Composite subiu 0,73%.
Apesar da melhor percepção sobre o cenário externo, Luis Gustavo Pereira acredita que a guerra comercial vai continuar ditando o ritmo dos mercados. “Isso vai ficar no radar até uma aprovação mais concreta, enquanto isso a guerra comercial vai continuar fazendo o preço dos mercados”, disse.
Ações
A melhora do otimismo no exterior, mesmo que temporário, foi positivo para empresas impactadas pelo preço internacional das commodities, como a Petrobras e a Vale, com forte peso no Ibovespa. Na sessão, os papéis ordinários e preferenciais da petrolífera tivaram respectivas altas de 1,33% e 1,88%, enquanto a Vale subiu 2,16%.
Na Bolsa, os papéis da Via Varejo, dona das Casas Bahia e Pontofrio vinham se valorizando 7%, dando continuidade ao movimento de alta das últimas semanas. No entanto, a situação se inverteu instantes antes do fechamento de pregão, quando um forte fluxo de venda fez com que a ação despencasse e fechasse em dez reais, registrando queda de 3,10%.
Com isso, a maior alta do Ibovespa ficou a cargo da MRV, que subiu 6,16%. Nesta quinta, a construtora anunciou que o fundo de investimentos imobiliários que adquire os empreendimentos voltados para locação atingiram a captação máxima de 90 milhões de reais.
No segundo semestre deste ano, a companhia passou a investir na construção de apartamentos para serem alugados por meio de sua startup Luggo. Todos os imóveis do segmento, depois de alugados, são repassados para o fundo.
As ações das Lojas Americanas e de seu braço digital, a B2W, também passaram por forte apreciação, subindo 6,03% e 5,23%, respectivamente. Na quarta, a empresa anunciou uma parceria para que os comerciantes que usam o sistema Linx possam anunciar no marketplace dos sites da B2W com a opção de retirada na loja.
A operação também ajudou a elevar o preço da ação da Linx em 4,76%. No fim de novembro, a Linx também havia firmado uma parceria semelhante com a Magazine Luiza, ocasião em que seus papéis também subiram.
Por outro lado, foram frustradas expectativas sobre uma possível alta das companhias de saneamento, após a Câmara aprovar, na noite de quarta (11), o texto-base novo marco regulatório do segmento. As únicas três empresas do setor listadas na Bolsa fecharam em queda. A principal delas, a Sabesp, caiu 3,35% e a paranaense Sanepar, 0,99%. Já a mineira Copasa teve a pior performance entre elas, recuando 4,99%.