Dólar: moeda fechou a segunda-feira cotada a 4,18 reais, maior valor desde setembro (Pleasureofart/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 07h37.
São Paulo — A semana de negociações na bolsa e no câmbio começa extra-oficialmente nesta terça-feira, após feriado ontem nos Estados Unidos. A expectativa é pela reação dos investidores após um acirramento nas incertezas com pautas que estão há meses no radar dos investidores, como o Brexit e a guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Entraram em vigor no domingo tarifas adicionais de 15% sobre 112 bilhões de dólares em importações chinesas para os Estados Unidos. As taxas vão incidir sobre mais de três mil categorias de produtos, de frutas a eletrodomésticos. Como resposta, a China passou a taxar em até 10% 75 bilhões de dólares em produtos americanos, sobretudo petróleo e itens agrícolas.
A próxima leva de tarifas, desta vez sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses, está prevista para entrar em vigor em 15 de dezembro. Investidores esperam que, até lá, negociadores dos dois lados se entendam, mas o vaivém de Donald Trump tem ampliado a leva de incertezas sobre a pauta e levado a revisões para baixo nas previsões de crescimento dos Estados Unidos e da economia global.
O banco central americano, o Fed, se reúne no dia 18 de setembro para decidir sobre as taxas de juros no país, e pode anunciar um segundo corte seguido em decorrência das incertezas na economia.
As indefinições têm afetado sobretudo o mercado global de câmbio. Ontem, o dólar chegou a 4,18 reais, o maior valor desde setembro e perto da máxima nominal histórica.
Nesta terça-feira, o yuan chinês chegou a sua menor cotação em uma década, de 7,2 por dólar, fornecendo ainda mais argumentos para Trump acusar o governo chinês de manipulação cambial. A libra britânica também está em queda, chegando na manhã desta terça-feira a menos de 1,20 dólar, impactada também pelas incertezas do Brexit.
“Protecionismo é ruim; um protecionismo errático, imposto por um líder instável com um ego inseguro, é pior”, afirma, sobre o vaivém de Trump, o Nobel de Economia Paul Krugman, colunista de EXAME. Esta terça-feira será mais um dia de predomínio do protecionismo, e de seus efeitos, sobre as finanças globais.