Bolsa: Ibovespa sobe 0,77% e encerra em 102.297,95 pontos. (Germano Luders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 24 de agosto de 2020 às 17h00.
Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 17h46.
A bolsa brasileira fechou em alta nesta segunda-feira, 24, acompanhando o cenário externo positivo, após o anúncio do presidente Donald Trump sobre um novo tratamento contra o coronavírus ter provocado otimismo entre os investidores. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,77% e encerrou em 102.297,95 pontos.
O tratamento envolve a transfusão de sangue de pacientes que já foram curados da Covid-19 (com anticorpos contra a doença) para aqueles que ainda estão com o vírus ativo no corpo. A eficácia desse tipo de tratamento é de 35%, segundo a secretaria de Saúde dos EUA.
De acordo com analistas da Exame Research, a diminuição das tensões entre China e Estados Unidos, após rumores de que o governo americano irá permitir que companhias americanas continuem fazendo negócios com a chinesa WeChat, também ajudou a impulsionar as bolsas globais. Nos EUA, o índice S&P 500 avançou 1% e o Nasdaq, 0,6%.
No cenário interno, o "Big Bang" do ministro da Economia, Paulo Guedes, que envolve desde a extensão do Renda Brasil até privatizações e corte de gastos, elevou o preço das ações de estatais. No geral, a repercussão sobre o pacote foi positiva no mercado, apesar de haver alguma cautela com relação aos impactos fiscais.
Na bolsa, as ações da Eletrobras lideram as altas do Ibovespa, subindo 9,74%, com as esperanças de privatização renovadas. "Nas discussões sobre privatização, a empresa é sempre colocada como uma das primeiras", diz Gustavo Bertotti, economista da Messem. Na sequência, os papéis da Embraer avançaram 5,52%.
Entre os ativos com maior peso no Ibovespa, os grandes bancos ajudaram a manter o índice em alta, com as ações do Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, avançando 1,7%, 2,7% 2,3% e 1,6%, respectivamente. As ações da Petrobras subiram 2% e as da Vale, 1,2%.
No campo negativo, as ações da resseguradora IRB Brasil recuaram 3,4%, após a gestora Squadra emitir uma nova carta em que reforça sua posição vendida na empresa, alegando "sequelas dolorosas" da última gestão da companhia. "A Squadra virou referência na análise da empresa. E ela reforçando sua posição vendida mesmo depois de toda a queda das ações da empresa assusta", comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. No ano, o ativo já caiu pouco mais de 75%.