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Aposta positiva para negociações EUA-China reforça recuperação da Bolsa

Às 10:06, o Ibovespa subia 0,34 %, a 100.325,71 pontos

Ibovepsa: índice abre em alta nesta quarta-feira (9) (Amanda Perobelli/Reuters)

Ibovepsa: índice abre em alta nesta quarta-feira (9) (Amanda Perobelli/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 10h15.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 11h51.

São Paulo — A bolsa paulista ensaiava uma recuperação nesta quarta-feira, após dois pregões seguidos de queda, com o Ibovespa recuperando o patamar dos 100 mil pontos, aliado à melhora externa por conta de expectativas mais positivas para negociações EUA-China, enquanto dados no Brasil mostraram deflação ao consumidor em setembro.

Às 11h41, o Ibovespa subia 0,33%, a 100.593,73 pontos. Nos dois primeiros pregões da semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,5%.

No exterior, trazia algum alívio notícia de que China ainda está aberta a fechar um acordo comercial parcial com os Estados Unidos, segundo notícia publicada pela Bloomberg, que citou uma autoridade com conhecimento direto das negociações. Em Wall Street, o S&P 500 tinha acréscimo de 0,7%.

"Relatos de que a China ainda está disposta a firmar um acordo parcial contribuiu para uma melhora dos ânimos", destacou a Guide Investimentos, em relatório a clientes. A equipe da corretora, contudo, ponderou que o clima ainda é de muita incerteza, uma vez que o presidente Donald Trump disse mais de uma vez que não aceitaria qualquer forma de acordo parcial.

Autoridades de alto escalão dos EUA e da China devem se reunir na quinta-feira para novas conversas sobre o embate comercial entre as maiores economias do mundo, que tem adicionado volatilidade nos mercados e afetado as perspectivas de crescimento global.

Do cenário doméstico, o IPCA de setembro caiu 0,04%, a primeira deflação em 10 meses, no resultado mais fraco para o indicador no mês em 21 anos e indo abaixo de 3% no acumulado em 12 meses, no momento em que o Banco Central indica continuidade da trajetória de redução dos juros.

"A previsão da XP para a Selic tem sido de 4,5% para o (final do) ciclo desde a última reunião (do Copom) com um viés de baixa. O número de hoje aumenta significativamente as chances de 4%", citou a equipe da XP Investimentos.

Também repercutia positivamente acordo fechado na véspera por parlamentares em torno de um projeto de lei para definir os critérios de distribuição de parte dos recursos da cessão onerosa entre Estados e municípios.

"Com isso, destrava-se o andamento da reforma da Previdência no Senado, que deve ser concluída no dia 22 desse mês", afirmou a Ativa Investimentos.

Para a equipe do banco suíço Julius Baer, o Brasil continua sendo o mercado acionário preferido na América Latina, assim como avalia que as ações brasileiras devem ter um desempenho melhor do que ações globais, conforme relatório recente.

"Elas oferecem crescimento superior de lucros com alto excesso de capacidade, deixando espaço para alavancagem operacional adicional. Enquanto isso, a aprovação da reforma previdenciária parece estar no preço agora e o governo está avançando com sua macro política liberal", afirmou, citando que as ações também são apoiadas pelos juros nas mínimas históricas.

Destaques

- PETROBRAS PN avançava 1,2%, tendo de pano de fundo o acordo envolvendo o leilão da cessão onerosa e favorecida pela alta dos preços do petróleo no mercado externo . PETROBRAS ON ganhava 1,3%. Projeção do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) aponta que a Petrobras deverá receber cerca de 120 bilhões de reais por investimentos feitos em áreas de exploração e produção de petróleo que irão a leilão neste ano, segundo reportagem do Estado de S. Paulo.

- GOL PN subia 4,2%, após divulgar na véspera algumas previsões de desempenho operacionais e financeiros relativos ao terceiro trimestre, inclusive a de que sua margem Ebitda deve ter ficado entre 29% e 31% no período. A Gol também previu que vai divulgar uma alta de cerca de 20% da receita unitária de passageiro (Prask) de julho a setembro, na comparação com igual etapa de 2018. No setor, AZUL PN avançava 1,2%.

- SANTANDER BRASIL UNIT mostrava elevação de 2,4%, refletindo repercussão positiva a estimativa do banco de rentabilidade média sobre o patrimônio (ROE) de cerca de 21% até 2022. No setor, BRADESCO PN subia 1,1%, BANCO DO BRASIL ON valorizava-se 0,7%, ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,2% e BANCO BTG PACTUAL UNIT tinha queda de 0,8%.

- B2W ON tinha alta de 3,8%, com o setor de varejo como um todo no azul, com MAGAZINE LUIZA ON subindo 3% e VIA VAREJO ON valorizando-se 1%.

- VALE ON subia 0,8%, favorecida pela melhora do sentimento em relação às negociações comerciais entre EUA e China. Siderúrgicas recuavam; USIMINAS ON caía 0,3% e GERDAU PN tinha baixa de 0,6%. CSN ON, que tem uma importante divisão de mineração, porém, subia 0,5%.

- JBS ON caía 3,4%, após senadores dos Estados Unidos pedirem na terça-feira a abertura de investigação sobre aquisições feitas pela companhia no país, devido ao envolvimento da companhia brasileira com casos de corrupção no Brasil e na Venezuela. Em nota, a JBS afirmou que "cooperou totalmente com as autoridades americanas, sempre de maneira transparente em relação aos eventos passados no Brasil".

- BRF ON cedia 1%. Reportagem do Valor Econômico afirmou que a Arábia Saudita restringiu drasticamente a compra de alimentos de fábrica da empresa em Abu Dhabi. A BRF informou que a instalação passa por auditoria para atestar o valor agregado na produção local. O Itaú BBA estima um impacto inferior a 1% nas receitas consolidadas da companhia.

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