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Bolsa fecha em maior pontuação da história, acima dos 107 mil

Com reforma da Previdência no cenário, dólar teve queda de 1,327% e terminou o dia sendo negociado a 4,0757 reais

Ibovespa superou maior pontuação intradiária nesta terça-feira (22), quando bateu 107.420 pontos (Aleksandr Sumarokov / EyeEm/Getty Images)

Ibovespa superou maior pontuação intradiária nesta terça-feira (22), quando bateu 107.420 pontos (Aleksandr Sumarokov / EyeEm/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 17h24.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 19h08.

Em dia de votação da reforma da Previdência no Senado, a Bolsa voltou a bater recorde de fechamento. Nesta terça-feira (22), o Ibovespa subiu 1,28% e encerrou o pregão em 107.381,11 pontos. Por volta das 12h45, o índice chegou a quebrar a pontuação máxima intradiária ao atingir 107.420 pontos. O último recorde era de 10 de julho, quando o bateu 106.650 pontos. O dólar caiu 1,327% e fechou sendo negociado a 4,0757 reais.

O economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, acredita que a Bolsa tenha alcançado outro patamar, principalmente com a aprovação da reforma da Previdência. Para o economista, o Ibovespa tem potencial de chegar aos 120 mil pontos se outras reformas forem aprovadas, como a tributária e a administrativa. “Caso isso não aconteça, a gente vai ficar dependendo do cenário externo”, disse.

No curto-prazo, porém, é possível que a Bolsa tenha quedas. “O mercado tem o padrão de cair um pouco quando chega muito próximo da máxima histórica”, afirmou o estrategista-chefe do grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Segundo ele, a quebra de recordes gera o fator “mídia”, que acaba atraindo pessoas para a Bolsa. “É nesse momento que muitos investidores realizam posições”, disse.

Além da reforma da Previdência, Laatus elenca como fator positivo a maior possibilidade do presidente Jair Bolsonaro abrir mão de colocar seu filho na embaixada brasileira nos Estados Unidos. “Isso é bem visto porque ele economiza capital político para gastar com as reformas”.

Na Bolsa, ações com grande participação na carteira do Ibovespa tiveram dia de fortes altas.

Os quatro grandes bancos listados na B3 avançaram mais de 2% no pregão desta terça, tendo no radar a operação da Febraban, revelada pelo Valor, para reverter o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido sobre os bancos. Do grupo, o destaque ficou para as ações do Santander e do Itaú, que subiram 3,59% e 3,10%, respectivamente.

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Também com grande peso no índice, as ações ordinárias da Petrobras se valorizaram 3,06% e as preferenciais 2,88%. Com isso, a petrolífera ganhou 10 bilhões em valor de mercado nesta terça-feira.

Como pano de fundo para o aumento está a alta do preço do petróleo negociado no mercado de futuro, motivada pela possibilidade de corte de oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Nesta terça-feira, a estatal também elevou os preços de gás liquefeito de petróleo (GLP) para residências.

A Petrobras irá divulgar o balanço do terceiro trimestre após o fechamento do pregão de quinta-feira (23). Apesar do aumento da produção, a queda do preço do petróleo em relação ao segundo trimestre tem alimentado a expectativa de que o resultado venha ligeiramente inferior ao período anterior.

Já as ações da companhia aérea Gol subiram 6% e lideraram as altas do Ibovespa. Com grande parte das despesas em dólar, a queda da moeda americana para abaixo dos 4,10 reais pode ter contribuído com a alta, segundo Laatus. Os papéis da Azul avançaram 3,19%.

A Yduqs, ex-Estácio, também teve forte valorização na Bolsa. Nesta terça, os papéis da companhia de educação deram continuidade ao movimento iniciado ontem (21) e tiveram alta de 5,1%. Nesta segunda-feira, suas ações subiram mais de 4% após a empresa anunciar a aquisição do Adtalem Brasil, dono de marcas como o IBMEC, Wyden e Damasio Educacional. A negociação para a compra já havia sido noticiada por EXAME.

Apesar da pontuação recorde, nem todas ações tiveram bom desempenho e as da Intermédica NotreDame recuaram 2,81%. Na segunda-feira (21), o ativo teve o maior fechamento da história, sendo negociado a 62,35 reais. No ano, o papel acumula alta de 109,33%.

Outra empresa que terminou o pregão na ponta negativa foi a Braskem. Em mais um dia de perdas na bolsa, a ação da petroquímica recuou 2,20%. Desde o começo do ano, o papel já se desvalorizou 40,78%

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