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Aversão a emergentes faz Ibovespa cair 2,4% em dia de noticiário intenso

Índice de referência do mercado acionário brasileiro foi a 85.700,27 pontos

Ibovespa: sessão foi marcada por decisão de política monetária nos EUA e forte noticiário corporativo local (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: sessão foi marcada por decisão de política monetária nos EUA e forte noticiário corporativo local (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 18h15.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 19h04.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão seguido nesta quinta-feira, 8, devolvendo os ganhos de novembro e ficando abaixo dos 86 mil pontos, sob o viés negativo para mercados emergentes, em sessão marcada por decisão de política monetária nos EUA e forte noticiário corporativo local.

Referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,39 por cento, a 85.620,13 pontos, na mínima da sessão. No começo do dia, o Ibovespa subiu quase 1 por cento. O volume financeiro do pregão somou 15,9 bilhões de reais. No mês, o Ibovespa agora acumula queda de 2 por cento.

No exterior, o ETF IShares MSCI para ações de mercados emergente listado nos EUA caía 2,5 por cento, com a bolsa do México desabando 5 por cento em meio a preocupações sobre proposta de senadores para reduzir ou proibir a cobrança por bancos de tarifas por alguns serviços.

Para o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez DTVM, o movimento também refletiu mudanças de portfólios, com saída de emergentes para mercados desenvolvidos. Os principais índices de Wall Street tinham queda no fim da tarde, mas menores do que as vistas no emergentes. O S&P 500 cedia 0,3 por cento.

Nos EUA, o Federal Reserve manteve a taxa de juros estável nesta quinta-feira, em linha com o esperado, e disse que os fortes ganhos no mercado de trabalho e gastos de consumidores mantiveram a economia no caminho previsto. "Houve modestas mudanças no comunicado, notando forte expansão nos gastos das famílias e moderação nos investimentos", destacou o Bank of America Merrill Lynch, em nota a clientes.

Para o analista Felipe Bevilacqua, sócio-fundador da Levante, a mensagem do Fed no comunicado que acompanhou a decisão indica que a atividade econômica nos EUA segue crescendo em ritmo forte. "Com isso, a expectativa de juros futuros aumentou... o que acabou impactando mercados de forma negativa, em particular nos países periféricos, caso do Brasil", afirmou.

Dado do cenário externo agitado e o noticiário corporativo vigoroso, notícias sobre a transição de governo e a atividade do Congresso Nacional ficaram um pouco de lado, diante da ausência de novidades relevantes nesta sessão. Em nota a clientes, a equipe da corretora H.Commcor afirmou que a ansiedade dos investidores com a agenda de reformas do próximo governo acaba deixando ativos locais mais propensos a correções e aos movimentos internacionais.

Destaques

- PETROBRAS PN fechou em baixa de 3,61 por cento, conforme os preços do petróleo ampliaram perdas, endossando nova correção negativa nos papéis da petrolífera de controle estatal, que ainda acumulam em 2018 alta de 58 por cento. PETROBRAS ON caiu 3,29 por cento. Mais cedo, ajudou a aprovação no Senado de requerimento que confere o regime de urgência para projeto de lei da cessão onerosa.

- CIELO desabou 9,58 por cento, para 11,04 reais, mínima de fechamento desde 18 de fevereiro de 2013, conforme persistem preocupações com o resultado da maior empresa de meios de pagamentos do país devido à maior competição no setor. Em nota, o BTG Pactual disse que as estimativas para a empresa seguem muito elevadas e precisam ser ajustadas para um novo ambiente de margens menores.

- ESTÁCIO desabou 8,42 por cento, uma das maiores quedas do Ibovespa, mesmo após a empresa de ensino divulgar lucro líquido de 194 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 30 por cento ante mesma etapa de 2017. Analistas consideraram os números bons. No setor, KROTON, que divulga balanço antes da abertura do pregão na sexta-feira, caiu 5,49 por cento.

- ULTRAPAR recuou 5,48 por cento, após divulgar piora dos principais indicadores no terceiro trimestre sobre um ano antes, embora tenha melhorado na base sequencial, começando a se recuperar dos efeitos da greve dos caminhoneiros. Analistas do Itaú BBA afirmaram que os resultados continuaram a refletir o momento desafiador que assola a (divisão) Ipiranga.

- BANCO DO BRASIL caiu 2,05 por cento, sucumbindo à piora no mercado, mesmo após divulgar mais cedo lucro no terceiro trimestre de 3,4 bilhões de reais, em resultado que agradou analistas. Em outubro, os papéis do BB tinham se valorizado 45 por cento. No setor, BRADESCO PN recuou 2,09 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,38 por cento.

- CVC BRASIL fechou com variação positiva de 0,53 por cento, uma das poucas altas do Ibovespa, antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre ainda nesta quinta-feira.

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