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Ata do Fed deve ditar ritmo dos mercados nesta quarta-feira

No final de julho a instituição reduziu pela primeira vez as taxas de juros desde de 2008, de 2,5% para 2,25%; investidores esperam nova redução em setembro

Bolsa de Nova York: S&P 500 caiu 3% nos últimos 30 dias com receio sobre uma recessão global a caminho (Bloomberg/Bloomberg)

Bolsa de Nova York: S&P 500 caiu 3% nos últimos 30 dias com receio sobre uma recessão global a caminho (Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 06h35.

Última atualização em 21 de agosto de 2019 às 07h00.

São Paulo — As atenções de investidores e analistas se voltam nesta quarta-feira à ata da última reunião do Fed, o banco central americano, realizada de 30 a 31 de julho. Na data, a instituição reduziu pela primeira vez as taxas de juros do país desde a recessão de 2008, de 2,5% para 2,25%, numa tentativa de manter o desempenho da economia do país. O documento será divulgado às 15h de Brasília.

As ameaças que levaram à decisão do Fed são conhecidas: a guerra comercial entre China e Estados Unidos, a desaceleração da economia global, as incertezas sobre o Brexit e o futuro da União Europeia. Além disso, números recordes de emprego e inflação baixa impulsionaram a decisão.

Quando foi tomada, a decisão era dada como tão certa pelo mercado que todos estavam em busca de indicativos de que o relaxamento nos juros continuaria. Mas o presidente do Fed, Jerome Powell, frustrou expectativas em entrevista posterior ao encontro ao afirmar que o corte foi um “ajuste” e que um ciclo de redução de juros “não é nossa perspectiva agora”.

De lá pra cá, as más notícias globais se acumulam, com os principais índices de ações nos Estados Unidos chegando a cair 3% em um único dia na última semana após dados ruins de China e Alemanha. O presidente americano, Donald Trump, crítico da cautela do Fed, voltou a pressionar por cortes de 1 ponto percentual nos juros do país.

Em entrevista concedida ontem, Trump reconheceu que a guerra comercial pode trazer problemas no curto prazo, mas afirmou que era algo que “precisava ser feito” porque “a China vem roubando esse país por 25 anos”. Disse ainda que seu governo estuda políticas de estímulo, como um pacote de redução de impostos. Investidores preveem um novo corte nos juros americanos, de 0,25 ponto percentual, na próxima reunião do Fed, em 18 de setembro.

Os números seguem relativamente em ordem, mas as previsões são cada vez mais pessimistas para o país. A economia americana cresceu 2,6% no primeiro semestre, e as vendas no varejo avançaram 0,7% em julho, o dobro das estimativas. Mas a confiança está em queda, levando a reduções nos investimentos. A previsão para o crescimento do PIB global também está em queda: a mais recente estimativa do FMI é de avanço de 3,2%, ante previsão anterior de 3,3%.

As dúvidas sobre o crescimento da economia americana e global tem levado a quedas nas bolsas. O índice Ibovespa caiu 4,5% nos últimos 30 dias, depois de crescer 15% no primeiro semestre, quando foi puxado sobretudo por fatores internos, como a reforma da Previdência. O S&P 500, um dos principais índices dos EUA, caiu 3% nos últimos 30 dias depois de avançar 20% no primeiro semestre.

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