Economia

Estoque de imóvel novo cai 21,5% em SP, aponta Secovi-SP

Levantamento mostra que no mês 19,2 mil unidades lançadas há até três anos ainda não tinham sido vendidas

São Paulo: desde maio, as incorporadoras têm conseguido reduzir o estoque de imóveis (Germano Lüders / EXAME/Exame)

São Paulo: desde maio, as incorporadoras têm conseguido reduzir o estoque de imóveis (Germano Lüders / EXAME/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 08h03.

São Paulo - O respiro do mercado imobiliário nos últimos meses, com o aumento das vendas impulsionado pela queda dos juros, fez com que o estoque de imóveis novos na cidade de São Paulo caísse 21,5% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2016.

O dado é do Secovi-SP (entidade do setor) e mostra que no mês 19,2 mil unidades lançadas há até três anos ainda não tinham sido vendidas. O estoque é alto, mas em setembro de 2016 eram 24,4 mil.

Desde maio, as incorporadoras têm conseguido reduzir o estoque de imóveis. Esse movimento alivia um dos principais desafios do setor desde o ano passado: vender as unidades que haviam sido lançadas na cidade antes da crise e que ainda pesavam nas contas das incorporadoras.

O presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, diz que as empresas têm se esforçado para não errar na mão no volume de lançamentos.

"Pontualmente, em alguma região da cidade, ainda pode existir um descasamento de oferta maior que a demanda. Na média, a gente percebe pelos números que o mercado tem sentido que já há mais espaço para voltar a lançar empreendimentos."

Ainda há muita cautela nos lançamentos. O consumidor parece mais confiante para comprar um imóvel e as empresas se programam para atender à essa demanda, mas não querem correr o risco de ficar com mais imóveis encalhados, em um cenário de incertezas na política e de alto desemprego. Segundo dados da Embraesp, a capital paulista teve um total de 2.252 unidades residenciais lançadas em setembro, 4% mais que um ano antes.

"O que aconteceu foi que o aumento no número de lançamentos foi postergado por conta da crise e ocorreu principalmente a partir do segundo semestre. Como os Estados têm se recuperado em velocidades diferentes, a volta dos lançamentos e a queima dos estoques de imóveis também ocorrem em níveis distintos em cada lugar. São Paulo deve liderar esse movimento, enquanto no Rio de Janeiro a recuperação é mais lenta", diz a economista Priscila Trigo, do Bradesco.

Vendas

Em setembro, foram vendidos 1.819 imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo. O resultado representa uma alta de 5,9% em relação às 1.717 unidades comercializadas no mesmo mês de 2016.

Em 12 meses, o Valor Global de Vendas (VGV) foi de R$ 10,2 bilhões - esse número mostra o potencial de venda de todas as unidades lançadas no período.

A política de queda dos juros tem tido papel importante na retomada dos negócios. No fim de outubro, o Banco Central fez um novo corte na Selic, a taxa básica de juros, para 7,5%.

Também houve um aumento nos financiamentos imobiliários que usam recursos da poupança, que atingiram R$ 3,41 bilhões em setembro, uma alta de 8,2% em relação ao mesmo mês de 2016, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O presidente do Secovi-SP avalia que a demanda reprimida por imóveis deve fazer com que os preços voltem a subir. "Os preços estão estáveis há muito tempo.

Ainda é cedo para afirmar quando vai começar o novo ciclo de valorização imobiliária, mas ele virá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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