Empresários cobram de Doria ajustes no Plano Diretor
Flávio Amary, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo, disse que é preciso garantir a viabilidade econômica da produção de novos empreendimentos
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2017 às 15h44.
São Paulo - Os empresários do mercado imobiliário endereçaram ao prefeito de São Paulo, João Doria , novos pedidos de mudanças no Plano Diretor da capital paulista.
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, defendeu ajustes com o argumento de que é preciso garantir a viabilidade econômica da produção de novos empreendimentos, o que ficou comprometido com a nova legislação.
"É importante ressaltar a importância de uma calibragem no Plano Diretor", disse Amary, na abertura do Summit Imobiliário, que também contou com a presença de Doria.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Amary explicou que o plano sancionado na gestão de Fernando Haddad encareceu o valor das outorgas (licenças dos projetos) e restringiu excessivamente os lançamentos de edificações em certas áreas da cidade, como os miolos dos bairros.
O Plano Diretor dá incentivos para que os empreendimentos sejam construídos ao longo dos eixos de transporte público, como corredores de ônibus e arredores de estações de metrô.
Além disso, o plano impôs restrições ao número de vagas de garagem nos prédios.
"Precisamos de pequenos ajustes. Não é preciso mudar o conceito do plano, mas sim alguns pontos, para que fiquem adequados à realidade", disse.
Amary mencionou que Doria está sensível ao pleito dos empresários, que vem sendo debatido desde a campanha eleitoral no segundo semestre do ano passado.
No entanto, ainda não há prazo nem a confirmação de que o plano será ajustado.
Perspectivas
Apesar disso, o presidente do Secovi-SP disse contar com boas perspectivas para o mercado imobiliário neste ano.
A projeção do sindicato é de crescimento de 5% a 10% nas vendas e nos lançamentos do mercado imobiliário residencial da capital paulista em 2017.
"Acreditamos que o pior já passou", afirmou Amary.
Se a projeção de crescimento do mercado imobiliário em 2017 for confirmada, representará uma virada para o setor, que diminuiu de tamanho por três anos consecutivos.
De acordo com dados publicados nesta terça-feira, 4, pelo Secovi-SP, os lançamentos de imóveis residenciais em São Paulo somaram 17,6 mil unidades em 2016, queda de 23,3% em relação às 23,0 mil unidades de 2015.
Em 2014, os lançamentos atingiram 34,0 mil unidades, e em 2013, 34,2 mil.
Já as vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista totalizaram 16,0 mil unidades em 2016, retração de 19,7% frente às 20,1 mil unidades comercializadas em 2015.
Em 2014, as vendas somaram 21,6 mil unidades, e em 2013, 33,3 mil.
Com esse resultado, as vendas em 2016 foram as mais baixas da série histórica, com início em 2004.