Empresa que mais subiu na bolsa em 2023 anuncia projeções operacionais para este ano
Analista vê com otimismo números anunciados pela Tenda (TEND3); ação fechou o ano passado com 250% de alta em meio a turnaround
Repórter
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 09h40.
Última atualização em 9 de janeiro de 2024 às 11h33.
A incorporadora Tenda (TEND3) anunciou projeções para algumas de suas principais métricas operacionais para este ano. Em 2023, as ações da companhia foram destaque na bolsa ao firmar uma alta de 250%. Nenhuma outra ação presente nos principais índices da B3 subiu mais que a da Tenda no ano passado, encerrando cotada a R$ 14,83.
A expectativa da direção da Tenda é de que a empresa termine este ano com umamargem bruta entre 29% e 31% em sua principal linha de negócios. Para a divisão ALEA, de casas pré-moldadas (conceito off-site), a estimativa é de uma margem entre 9% e 11%. A margem bruta da Tenda, no terceiro trimestre, foi de 25%.
A companhia, também prevê crescimento das vendas líquidas, com guidance variando entre R$ 3,2 bilhões e R$ 3,5 bilhões na divisão Tenda e entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões na ALEA. Até setembro do ano passado, as vendas líquidas estavam em R$ 2,2 bilhões na divisão Tenda e em R$ 88 milhões na ALEA.
Para o Ebtida ajustado, a companhia espera bater entre R$ 375 milhões e R$ 425 milhões na divisão Tenda. Para a ALEA, a previsão é de um Ebitda negativo entre R$ 50 milhões e R$ 30 milhões contra R$ 56,4 milhões acumulados nos nove primeiros meses de 2023.
Números reforçam otimismo, diz analista
As projeções divulgadas na noite de segunda-feira, 8, pela Tenda foram bem recebidas por parte do mercado.Matheus Haag, analista da Guide Investimentos, classificou o guindance como "positivo"."Em nossa visão, os destaques ficam por conta do forte crescimento de vendas projetado para 2024, assim como a margem bruta bastante acima (1 ponto percentual) do consenso", afirma em relatório.
Após terem enfrentado o vale na bolsa em 2022, afetada pela inflação do setor, a Tenda vem passando por um turnaround. Analista do BTG, que compartilham uma visão otimista sobre a companhia, avaliam alguns fatores como fundamentais para a retomada operacional. Entre eles, as melhoras dos controles internos ( comsistemas de engenharia integrados com fornecedores e comitê para avaliar aumentos de preços), mudanças favoráveis no programa federal Minha Casa, Minha Vida e o programa da cidade de São Paulo Pode Entrar.
"Embora as margens sejam inferiores aos níveis pré-covid, o CEO tem como meta um ROIC de 30% em 2025 através de uma maior rotação de ativos (menor capital empregado no banco de terrenos). Por outro lado, o banco de terrenos limitará a capacidade de lançamento a 20 mil unidades/ano por enquanto", dizem os analistas do BTG em relatório. O preço-alvo da casa para a ação é de R$ 20, com recomendação de compra.
O guidance apresentado ontem, afirmou Haag, da Guide, reforça o otimismo para o turnaround da empresa. "Esperamos uma reação positiva no pregão de hoje."