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De cascata a bosque particular: empreendimento mais caro de Curitiba terá apartamento de R$ 40 mi

Com a maior unidade que chega a 1.450 metros quadrados, o empreendimento visa unir saúde e bem-estar através de serviços e utilidades do condomínio que vão além do luxo e da tecnologia

Mecado imobiliário: planta 3D do empreendimento Casa Térrea de Curitiba, da AG7 (AG7/Divulgação)

Mecado imobiliário: planta 3D do empreendimento Casa Térrea de Curitiba, da AG7 (AG7/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 18 de novembro de 2024 às 11h50.

Spa, cascata, bosque particular, salas de pilates, lago, casa da árvore, pista de corrida e adega de vinhos compõem o cenário do empreendimento Casa Térrea, que promete ser o mais caro de Curitiba, com um Valor Geral de Vendas (VGV) de aproximadamente R$ 600 milhões. Como o apartamento mais caro está a cobertura do edifício principal: 1.450 metros quadrados por R$ 40 milhões - apartamento este que foi o primeiro a ser vendido.

A demanda existe e a AG7, incorporadora curitibana da família Gulin, aproveitou a oportunidade. Buscando se blindar de cenários econômicos difíceis, Alfredo Gulin Neto, CEO da empresa, decidiu reformular a estratégia do negócio e mirar em um público mais resiliente, o de altíssimo padrão.

Mas não só para isso, como também para suprir uma oferta. “Esse público existe e está mal atendido. A oferta é inexistente”, diz Gulin Neto. A empresa já lançou quatro empreendimentos voltados para esse segmento: Mandala, Casa Ícaro Graciosa (inspiração para o Casa Térrea), Pace e AGE 360. Todos com unidades acima de 100 metros quadrados que chegam a 800.

Alfredo Gulin Neto, CEO da AG7

Entretanto, foi a partir do Pace que a ideia de building wellness se tornou carro-chefe da incorporadora, - sendo implementado pela irmã de Alfredo, Andressa Gulin, vice-presidente da AG7 e médica. Este conceito, que se fortalece no setor imobiliário de luxo, atende a um público que, além de espaços amplos, busca um lugar onde o ambiente ao redor promova saúde e bem-estar.

“A partir desse ticket médio, a pessoa não está mais tão preocupada com um acabamento impecável ou se o mármore da bancada dela é da Itália. Ela está preocupada com os filhos não ficarem o dia inteiro no videogame, que eles cresçam colhendo fruta do pé e se molhando no lago”, explica Alexia Gassenferth Motter, líder do projeto e sócia da AG7.

Segundo a executiva, para além do luxo e da tecnologia, os empreendimentos trazem, por exemplo, a figura do concierge. “Pode tirar tudo do prédio, mas não dá para tirar o concierge. Ele sabe desde quais são os melhores fornecedores para festa infantil até onde comprar vinho”, afirma.

Alexia Gassenferth Motter, líder do projeto e sócia da AG7

A ideia, de acordo com Gulin Neto e Alexia, é que o Casa Térrea seja um condomínio em que as famílias possam crescer e envelhecer com segurança e comodidade. Para isso, a generosidade do tamanho dos apartamentos também é uma inovação em Curitiba.

“Onde é que eles conseguem isso? Talvez comprando um terreno e construindo uma casa, porque é muito difícil encontrar apartamentos planos com esse tamanho. Nosso projeto compete com casas em condomínio, ele é quase uma casa que parece um apartamento”, diz o executivo.

A questão do meio ambiente, também destacada pelo CEO e a líder do projeto, se concretiza na revitalização de espécies nativas da Mata Atlântica. O projeto conta com uma área de preservação de quase 6.000 metros quadrados e serão plantadas mais 20 araucárias dentro do condomínio.

E isso foi atestado por documentos. Dois empreendimentos do AG7, o Pace e o AGE 360 ganharam o selo Green Building, uma certificação internacional que reconhece construções sustentáveis, e o selo Future, que atesta a saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas que habitam ou frequentam um prédio.

“Você tem que cumprir diversos requisitos, como não utilizar na obra nenhum material que seja danoso à saúde, tem que ter um controle da qualidade da água que chega às torneiras, também uma política de não fumo”, comenta Alexia.

Outro fator que também colabora para agregar valor é a exclusividade. Com previsão de entrega para 2029, o empreendimento tem 38 unidades, sendo que a menor é de 400 metros quadrados. “Esse é um negócio com uma oferta muito pequena e com uma demanda mapeada muito alta. Eu acredito que vai vender muito rápido e se valorizar.”

Como público consumidor, estão empresários do agronegócio de outro estado que buscam um segundo imóvel em Curitiba, além de executivos de multinacionais que se mudam para a capital a trabalho, principalmente do setor de tecnologia.

Para financiar seus projetos, a AG7 adota uma abordagem inspirada no modelo de captação de startups. O financiamento é estruturado em etapas: inicialmente, os donos dos terrenos entram como parceiros e investidores, e, em seguida, há uma espécie de série A de captação com investidores.

Maquete do Casa Térrea, empreendimento da AG7 em Curitiba

Por fim, há a série B em que é liberada uma venda antecipada dos apartamentos, com preços mais atrativos, já que ocorre antes mesmo do projeto ser finalizado. Recentemente, a incorporadora também lançou seu primeiro Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI).

“O nosso investidor principal investiu no Ícaro Graciosa, investiu no AGE, e está investindo aqui. Isso mostra que nossos resultados são favoráveis”, diz Alexia.

Pensando no futuro, a AG7 planeja expandir o conceito de empreendimentos voltados para o bem-estar. Ano que vem, haverá um lançamento em Balneário Camboriú e, recentemente, a AG7 abriu sua sede em São Paulo para prospectar projetos.

"O mercado de Curitiba tem um tamanho e não dá para ficar lançando um projeto como esse todos os anos. A gente quer estar em mercados onde a percepção de valor por parte do cliente seja muito alta. Naturalmente, precisa ter renda e riqueza, por isso estamos pensando nessas duas cidades”, finaliza Gulin Neto.

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