Com direito a boteco de Érick Jacquin, incorporadora promove novidades
Novo negócio do chef ocupa temporariamente as instalações do extinto Octavio Café, na Avenida Faria Lima, que dará lugar a empreendimento imobiliário
Gabriella Sandoval
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 08h00.
Em setembro de 2020, a pandemia ceifou um dos endereços prediletos da turma da Avenida Faria Lima no pós-almoço: o Octavio Café. Inaugurada em 2007, a loja em formato de xícara, com pé direito alto e 1.200 metros quadrados, vivia cheia de gestores de fundos, advogados e jovens empreendedores, muitos deles embrulhados em coletes North Face, um dos uniformes do “Condado”, como a região ficou conhecida.
Maior cafeteria do país, o endereço era caracterizado pela luz indireta, por um enorme sofá e lustres que simulavam leite sendo derramado sobre as xícaras. Por lá circulavam em torno de 12.000 clientes por mês.
Só que a cafeteira, somada à do Shopping Cidade Jardim, fechada na mesma época, representava só cerca de 15% do faturamento da rede. “A crise gerada pela pandemia e o cenário incerto de reabertura das unidades foram fatores determinantes para a decisão”, anunciou ela, justificando os encerramentos.
O negócio pertencia ao grupo Solpanamby, da família Quércia. O Octávio Café, no entanto, continua a vender seus produtos em supermercados e empórios. Convém lembrar que o grupo também é dono da marca de cafés O'Coffee, cujos lucros são obtidos sobretudo com a exportação, e da Don, mais gourmet. Somando tudo o que a holding faturava com café até o ano passado, as unidades fechadas da rede Octavio Café não respondiam nem por 2%.
A verdade é que com a quarentena, o ponto e o terreno da Faria Lima foram engolidos pelo mercado imobiliário. Passado mais de um ano, porém, a incorporadora que arrematou o complexo, a Helbor, não pôs a cafeteria abaixo. Preferiu saborear um pouco mais o sucesso do antigo empreendimento e o transformou em uma espécie de showroom, inaugurado no dia 7 de outubro.
“O local terá maquetes, apartamento decorado e equipe de vendas, possibilitando ao cliente conhecer vários empreendimentos, alguns em primeira mão, em um só local”, anunciou a companhia.
Buteco do Jacquin
Chamado de Espaço Helbor, a novidade também aposta em gastronomia, arte e em marcas de charutos, joias, alfaiataria, automóveis e, acredite, até helicópteros. “O foco estará nas experiências: podemos ter o dia do vinho com algum lançamento e a exposição de um automóvel ou até pegar um cliente no Campo de Marte e trazê-lo de helicóptero para cá”, declarou Marcelo Bonanata, diretor de vendas da Helbor.
No total, o local tem trinta lojas. O maior chamariz do complexo é o Buteco do Jacquin, o mais novo empreendimento do mais carismático jurado do programa “MasterChef Brasil” — depois de inaugurar o restaurante Président, em 2019, um sucesso instantâneo, o chef anda como um apetite incontrolável para expandir seus negócios.
Situado exatamente nas dependências do finado Octavio Café, o empreendimento foi decorado com uma versão gigantesca daqueles chapéus de chef — quem viu o filme “Ratatouille”, da Disney, sabe do que estamos falando. O item foi instalado exatamente sobre o balcão do estabelecimento, que servirá tanto café da manhã, como almoço executivo e jantar — aos sábados, a grande atração é a feijoada.
“Antes, o chapéu servia para identificar o chef. Hoje sabe-se quem é o chef pelo número de tatuagens”, brincou Érick Jacquin na inauguração do boteco, que também pertence a Orlando e Silvia Leone, sócios em outros empreendimentos do francês. O Buteco do Jacquin funciona de segunda a sábado, das 12h às 23h, e, aos domingos, das 12h às 17h. E por apenas três anos. É o prazo que a Helbor estipulou para colocar tudo abaixo e começar a erguer um prédio no terreno.