Imóveis em São Paulo: diferença entre o preço do anúncio e do contrato cresceu pelo quarto mês consecutivo, atingindo 10,1% (Getty Images/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 13h25.
Última atualização em 13 de outubro de 2022 às 13h37.
O mercado imobiliário de locação em São Paulo registrou, pela primeira vez desde 2020, uma alta no terceiro trimestre, o que reforça a retomada definitiva do mercado após as oscilações do período da pandemia. Em comparação com o segundo trimestre do ano, o preço dos aluguéis subiu 2% entre os meses de julho e setembro — alta de 16% em relação ao mesmo período em 2021. Os dados são do Índice QuintoAndar de Aluguel, e foram divulgados nesta quinta-feira, 13.
Até então, segundo o indicador, o desempenho no terceiro trimestre era marcado por quedas no preço dos imóveis. Em 2020, ano em que a pandemia de covid-19 impactou mais a economia, a queda registrada foi de 5,2% em comparação ao segundo trimestre daquele ano. Em 2021, quando o mercado já começava a esboçar recuperação, houve uma certa estabilização dos preços, com ligeira queda de 1,1% em comparação com abril, maio e junho daquele ano.
Os números reforçam, ainda, o cenário de aquecimento do mercado imobiliário na capital. Em 12 meses, o valor médio do metro quadrado subiu 16,9%. Somente neste ano, o preço médio dos novos aluguéis subiu 12,2%.
Em setembro, o preço médio do aluguel na capital paulista atingiu R$ 41,01, no 13º mês consecutivo de alta. É o maior valor do metro quadrado da série histórica do indicador, iniciada em 2019. Também é o período mais longo de altas consecutivas.
Segundo Thiago Reis, gerente de dados do QuintoAndar, o aumento dos preços em geral tem se refletido no mercado imobiliário, num momento de aquecimento da demanda. Imóveis localizados em regiões com acesso fácil ao transporte público e próximas de onde há mais ofertas de emprego têm feito com que o indicador cresça nos últimos meses.
Em setembro, em comparação com agosto, houve valorização dos apartamentos de um quarto (1,5%), dois quartos (1,%) e três quartos (1%).
Apesar do aumento dos preços no momento de assinar o contrato, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação. Dados do QuintoAndar mostram que a diferença entre o preço do anúncio e do contrato cresceu pelo quarto mês consecutivo, atingindo 10,1%.
O estudo inédito “O mercado residencial na América Latina”, feito pelo QuintoAndar, aponta que os moradores da capital paulista gastam 31% da renda familiar com o aluguel. O valor está bem próximo dos 30%, considerado limite recomendado por especialistas.
Segundo Reis, uma forma de economizar é começar o processo de busca de imóveis com antecedência. Um estudo recente feito com dados de negociações concretizadas na plataforma revela que o desconto médio em imóveis alugados após quatro semanas é 30%, maior que aquele concedido para imóveis similares alugados nas primeiras duas semanas, e 75% maior que o desconto das unidades com contrato fechado em menos de sete dias.