Os maiores desastres das marcas nas mídias sociais em 2012
Gafes em redes sociais colocaram McDonald's, Skol, Bis, Visou e outras empresas na mira dos internautas este ano
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 13h01.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h13.
Em janeiro, o McDonald's viu uma ação de marketing no Twitter ir por água abaixo após lançar uma hashtag em seu perfil chamada #McDstories. A intenção era convidar os consumidores do fast-food a contar momentos tocantes vividos nas lanchonetes da marca . A campanha, porém, foi invertida por tuiteiros que não tiveram boas experiências e começaram a publicar mensagens negativas, contando casos pouco lisonjeiros como uma unha encontrada no BigMac e até exemplos de infecção alimentar. A hashtag não demorou a entrar nos Trending Topics mundiais - e resistiu a sair.
A Associação Nacional de Rifles (NRA na sigla em inglês) nos Estados Unidos, sentiu na pele o efeito de um tuíte agendado fora de contexto: postou uma mensagem em apoio às armas após um tiroteio ocorrido no cinema na cidade de Aurora, Colorado, durante a sessão de pré-estreia do filme Batman - Dark Knight Rises. Poucas horas depois da morte de 12 pessoas no dia 20 de julho, o texto anunciava: “Bom dia, atiradores! Boa sexta-feira! Algum plano para o fim de semana?” A entidade defendeu-se dizendo que o post fora criado antes da tragégia.
Em julho, a marca de camisinhas nacionais Prudence pesou a mão num post em sua fan page no Facebook, cujo conteúdo foi denunciado por consumidores por ser considerada ofensivo à mulher e com potencial de estimular a violência. No anúncio, havia uma tabela indicando a quantidade de calorias que um casal pode perder durante a relação sexual e preliminares. Um dos itens mostra que tirar a roupa com o consentimento da mulher queimava 10 calorias e sem o consentimento, 190. O trecho foi interpretado como incitação à violência sexual. O Conar chegou a pedir que a campanha fosse retirada do ar através de uma "liminar de sustação", uma medida provisória poucas vezes usada pelo órgão. Geralmente a peça pode ficar no ar até o processo ser julgado. Com a decisão desta terça, a campanha fica definitivamente proibida ser veiculada. Em nota, a Prudence disse que o conteúdo publicado não é de autoria da empresa e vem sendo divulgado de forma viral na rede desde 2007.
A reprodução de um desrespeitoso diálogo iniciado através do Facebook entre a jornalista Nina Gazire e a loja virtual "Visou" varreu a internet por causa do tratamento no mínimo chocante dado pela loja à cliente, que reclamava da demora na entrega de um produto comprado. Os xingamentos e ofensas chegaram ao baixo calão, com a empresa sugerindo que a cliente deveria “procurar um macho”. O atendente disse ainda que não enviaria o produto à consumidora. Após a repercussão negativa, a loja emitiu uma nota oficial pedindo desculpas.
A ambiguidade pode ser muito útil às peças publicitárias, mas quando é acidental o resultado costuma gerar, muitas vezes, uma saia-justa. Foi o caso de uma das telas de um filme da campanha "E se Bis Fosse...", composta de 10 vídeos e conteúdo para as redes sociais da marca. Rapidamente, os internautas associaram a tela onde aparecia “CANAL BIS” à Cannabis, e a disposição dos chocolates foi comparada com a folha da maconha na fan page da marca. O chocolate da Lacta retirou a campanha do ar. *Atualizada às 13h20
Em março, a vodka norte-americana Belvedere retirou um anúncio do ar às pressas depois que a peça gerou uma polêmica na internet sobre a insinuação de abuso sexual. Postada na página da marca no Facebook, a propaganda mostrava a imagem de uma mulher olhando de forma aterrorizada, enquanto um homem a segurava pelas costas. O texto dizia: "Ao contrário de certas pessoas, Belvedere sempre desce suave". Segundos após a publicação, uma enxurrada de comentários começou a debater os valores da marca e seu possível menosprezo a abusos sexuais. Percebendo a reação negativa, a Belvedere rapidamente retirou o anúncio do ar.
Primeiro, a fabricante de roupas American Apparel achou que os habitantes das regiões afetadas pela tempestade Sandy, nos Estados Unidos, pudessem estar entediados com a situação. Resolveu então "dar uma ajuda": lançou uma promoção por email oferecendo 20% de desconto em compras. Pouco depois, foi a vez da Gap seguir o caminho desastroso: a rede publicou um tuíte lembrando a todos potencialmente afetados pelo furacão Sandy que seria um dia normal de compras na loja online da empresa. A mensagem acompanhava um check-in da marca no "Frankenstorm Apocalypse-Hurricane Sandy". Não pegou nada bem.
Em outubro, foi a vez da grife de eletrodomésticos e utensílios para cozinha KitchenAid pedir desculpas depois de publicar no Twitter uma mensagem em que faz uma brincadeira sobre a avó do presidente dos Estados Unidos Barack Obama, já falecida. "Até a avó de Obama sabia que seria ruim! Ela morreu três dias antes de ele se tornar presidente. ??? Wow! #nbcpolitics", dizia o tuíte da @KitchenAidUSA, postado durante o primeiro debate da campanha presidencial americana. A marca apagou o tuíte imediatamente, e em seguida, pediu desculpas: "Mais profundas desculpas por um tuíte irresponsável, que de forma alguma representa a opinião da marca. #nbcpolitics".
Um post descuidado no Twitter causou grande estrago para a Asus em junho deste ano. “A traseira parece ótima, assim como o novo Transformer AiO”. A frase apareceu no perfil oficial da empresa junto com uma foto mostrando uma jovem de costas, ao lado do recém anunciado computador Transformer AiO. O tuíte foi apagado poucos minutos depois, quando começaram a circular mensagens classificando-o como machista. Mas, como sempre acontece nessas situações, era tarde demais.
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